O Governo de São Paulo realiza nesta sexta-feira (5), às 10h, na sede da Bolsa de Valores (B3), na capital paulista, o leilão de concessão do Lote Paranapanema, que reúne 285 quilômetros de rodovias no interior do estado. Três concorrentes apresentaram propostas na última segunda-feira (1º): as empresas Infra BR V Missouri Holding III SA, CS Infra e o consórcio Viaja SP.
O contrato de concessão terá duração de 30 anos, e prevê investimentos privados de R$ 5,8 bilhões, com foco em segurança viária, melhoria do tráfego e desenvolvimento regional.
Investimentos
O projeto faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP), que busca qualificar serviços públicos, gerar empregos e impulsionar o crescimento econômico. Entre as intervenções previstas estão a duplicação de 147 quilômetros de rodovias, a construção de 29 passarelas, implantação de 84 paradas de ônibus, 56 quilômetros de acostamentos, 13 quilômetros de marginais, além de 54 novos dispositivos de acesso.
O pacote inclui ainda iluminação em LED em áreas urbanas, monitoramento por câmeras CFTV, painéis eletrônicos de mensagens, postos de pesagem, ambulâncias de resgate e cobertura de comunicação sem fio.
Pedágio eletrônico
Um dos destaques é a implantação do sistema de pedágio eletrônico Siga Fácil, que substituirá as praças físicas e permitirá a cobrança proporcional à distância percorrida, por meio de leitura automática de tags e placas. O modelo será ativado apenas após a entrega das vias marginais gratuitas, garantindo que o tráfego local, sobretudo entre bairros e áreas comerciais, não seja tarifado.
A expectativa é que a medida reduza congestionamentos, aumente a fluidez e diminua a emissão de poluentes, já que os motoristas não precisarão parar em cabines de pedágio.
Integração logística
O Lote Paranapanema abrange trechos da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), entre Ourinhos e Itapetininga, além de rodovias complementares (SP-189, SP-278, SPA-204/270, SPA-245/270, SPA-326 e SPA-312). A concessão deve beneficiar diretamente 13 municípios, entre eles Angatuba, Buri, Itapetininga, Ourinhos, Paranapanema e Piraju.
A duplicação integral da Raposo Tavares transformará a via em um novo corredor logístico para o escoamento do agronegócio, conectando o interior paulista e a região Centro-Oeste ao Porto de Santos. O objetivo é aliviar a sobrecarga da Rodovia Castello Branco (SP-280), especialmente no trecho de Barueri, e oferecer uma alternativa competitiva para caminhoneiros e transportadoras.
O projeto se soma às concessões da Nova Raposo e da Rota Sorocabana, realizadas em 2023, consolidando um corredor totalmente duplicado e modernizado da Raposo Tavares. A expectativa do governo estadual é ampliar a atratividade da rodovia, distribuir melhor o fluxo de veículos e reduzir a pressão sobre a Castello Branco, fortalecendo a infraestrutura logística do estado e aumentando a competitividade do agronegócio brasileiro.