Tentando mitigar os efeitos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros prometida por Donald Trump para 1º de agosto, os governos de Goiás e de São Paulo anunciaram pacotes emergenciais de crédito para socorrer empresas exportadoras. Tanto o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são cotados à Presidência em 2026. Enquanto isso, o governo federal ainda estuda possíveis medidas.
Goiás
Ronaldo Caiado anunciou uma linha de crédito emergencial com juros inferiores a 10% ao ano, voltada a empresas com alta exposição ao mercado norte-americano. Os recursos são lastreados no crédito de ICMS sobre exportações, sem necessidade de aporte direto do Tesouro estadual. Como contrapartida, as empresas deverão manter os empregos durante o período de financiamento. Em tom de embate eleitoral, Caiado afirmou que age com “firmeza e responsabilidade” diante da “ausência de medidas concretas” por parte do governo federal.
São Paulo
Já em São Paulo, Tarcísio de Freitas anunciou a Linha Giro Exportador, com R$ 200 milhões em crédito e taxas a partir de 0,27% ao mês mais IPCA. A linha, viabilizada pela agência Desenvolve SP, oferece até R$ 20 milhões por cliente, com prazo de até 60 meses e carência de 12 meses. O pacote inclui ainda a liberação de créditos de ICMS acumulados e a ampliação do Fundo Garantidor estadual. “Nosso objetivo é preservar empregos e garantir fôlego financeiro às empresas afetadas”, disse Tarcísio.
Fazenda prepara medidas
No plano federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta semana que o governo poderá adotar medidas de crédito para apoiar os setores prejudicados, e que isso “não necessariamente implicará gasto primário”. Até o momento, contudo, nenhuma ação foi formalmente anunciada.