Com votação prevista para esta terça-feira (11), o PL Antifacção (PL 5582/2025) deve ter o voto contrário dos deputados governistas. Para o governo, o relatório de Guilherme Derrite (PL-SP) traz retrocessos ao texto. “Não pode prosperar um projeto que fará mal para o Brasil e vai impedir de combater o crime organizado”, afirmou a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (10).
Segundo a ministra, o governo tem duas principais divergências com Derrite. Primeiro, segundo o governo, a tipificação das facções na Lei Antiterrorismo permitiria o entendimento do crime organizado como terrorista, o que abriria espaço para atuação estrangeira. Em segundo lugar, o texto enfraqueceria a Polícia Federal (PF) ao vincular a atuação da instituição a um pedido dos governadores, mesmo quando em caso de repercussão interestadual ou transnacional.
Mudança na relatoria
Gleisi afirmou que conversará com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta segunda-feira (10), sobre a indicação do deputado Derrite para a relatoria do projeto. “Acho que temos que desfazer isso”, afirmou. Ela avalia a escolha de forma muito negativa, tendo em vista que o deputado é Secretário de Segurança Pública de São Paulo no governo de Tarcísio de Freitas, possível candidato presidencial da direita em 2026.

