Apesar da pressão que o preço dos alimentos está exercendo sobre a popularidade do governo Lula, para o governo, a situação deve normalizar com o tempo. Em conversa com a Arko, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), avaliou que inflação decorre do que chamou de “efeito Trump” – a valorização do dólar em relação ao real nos primeiros dias da gestão de Donald Trump nos Estados Unidos. “Esse efeito Trump já diminuiu e as ações do Banco Central estão trazendo dólar para o patamar razoável”, argumentou. Segundo Teixeira, o governo não pretende instituir imposto de exportação para reduzir preços.
Na avaliação do ministro, a alta do dólar levou ao encarecimento de produtos brasileiros negociados no exterior, como a carne, o café, a soja e a laranja. “O que o governo pode fazer para baixar o dólar ele já está fazendo, com o compromisso fiscal”, argumentou.
Além disso, o ministro avalia que os preços devem reduzir, pressionados pela próxima safra agrícola, que tem uma projeção de alta produtividade, e pelas medidas de crédito agrícola, com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) focado na cesta básica, por exemplo. Em novembro, o presidente Lula (PT) sancionou a lei que autoriza o governo a aumentar a participação em até R$ 500 milhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO) no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
O ministro também avalia que a inclusão de produtos agrícola em benefícios fiscais durante a reforma tributária deve ajudar a diminuir os preços no longo prazo.
O dólar comercial fechou a segunda-feira (3) en R$ 5,815, com queda de R$ 0,022 (-0,38%). O movimento de retração do dólar começou em 17 de janeiro.