Nesta quinta-feira (30), sete governadores, todos de oposição ao governo Lula (PT), anunciaram a criação do “Consórcio da Paz”, um projeto voltado à integração entre estados para trocar informações de inteligência, fornecer apoio financeiro e enviar contingentes policiais no combate ao crime organizado.
A iniciativa surge logo após a operação no Rio de Janeiro, que deixou pelo menos 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. A reunião aconteceu no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
O Rio de Janeiro assumirá a sede inicial do consórcio e será responsável por organizar a formalização do grupo. Segundo Castro, o objetivo é dividir estratégias e experiências no combate ao crime.
Governadores discutem consórcio
Além do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, participaram Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Eduardo Riedel (Progressistas), do Mato Grosso do Sul; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (Progressistas). Todos eles fazem parte da oposição ao governo federal. Por sua vez, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também integrou a reunião remotamente, por chamada de vídeo.
Embora liderado por governadores alinhados politicamente, o grupo afirma que pretende abranger todos os estados da Federação.
PEC da Segurança Pública
Durante o encontro, os governadores destacaram que o objetivo do consórcio é oferecer ações práticas, sem politização da segurança pública. Apesar disso, criticaram a Proposta de Emenda à Constituição PEC da Segurança Pública (PEC 18/25), enviada pelo governo federal ao Congresso em abril de 2025. Entre os objetivos anunciados da PEC estão dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e promover a integração das forças de segurança em todo o país.
A proposta determina que a União seja responsável por elaborar a política nacional de segurança pública, cujas diretrizes devem ser obrigatoriamente seguidas por estados, Distrito Federal e municípios, com a participação do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, integrado por representantes de todas as esferas de governo. O governo federal defende, porém, que a PEC preserva as autonomias das forças de segurança estaduais e distrital.

