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Crise na segurança pública do Rio muda a pauta do debate político nacional

Mortes e prisões marcam a ação que gera crise política e social

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A megaoperação de combate ao crime organizado realizada ontem (28) no Rio de Janeiro (RJ), a mais letal da história do Estado, domina a opinião pública, provocando uma mudança no debate político nacional. Neste ambiente, o presidente Lula (PT) e o governador do RJ, Cláudio Castro (PL), são o centro das atenções.

A repercussão negativa da operação nos meios de comunicação – ontem foram confirmados 64 mortos, e hoje (29) mais de 60 corpos foram levados por moradores para a praça da Penha – desgasta Cláudio Castro, principalmente porque a megaoperação paralisou setores importantes do Rio. No entanto, como existe uma demanda na sociedade fluminense por um combate mais duro ao crime organizado, Castro terá à sua disposição uma narrativa para explorar junto ao eleitorado mais conservador.

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A nacionalização da crise na segurança pública do Rio pressiona o governo Lula (PT). Apesar do PT tentar construir a narrativa de que Castro estaria interessado em jogar o problema da segurança no RJ no “colo de Lula”, o presidente terá que apresentar ações efetivas nesta conturbada área.

Uma pesquisa divulgada hoje (29) pelo instituto Paraná pesquisas aponta que 45,8% dos entrevistados avaliam que a segurança pública piorou durante o governo Lula. 33,9% responderam que permaneceu igual. Somente 17,2% entendem que o quadro na segurança melhorou com Lula.

Embora a segurança seja uma atribuição dos governos estaduais, as pesquisas identificam que a segurança é apontada como o principal problema do país. Do ponto de vista político, isso significa que o tema necessita ser enfrentado pelo governo federal, já que começa a ocorrer desdobramentos no âmbito do Congresso Nacional.

Após a troca de farpas entre Cláudio Castro e o governador federal, Castro recebeu o apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Em entrevista à CNN Brasil, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que sua equipe irá “mergulhar” no debate para equiparar a atuação de facções criminosas ao terrorismo, o que exige mudança na legislação brasileira.

As manifestações de Caiado e Tarcísio, que são pré-candidatos ao Planalto, sugerem que Lula terá dificuldades de deixar o problema da segurança no Rio restrita ao Estado. Enfrentar a pauta da segurança será um tema complexo para o governo federal, já que parte majoritária da esquerda rejeita megaoperações de combate ao crime, preferindo uma política que “respeite os direitos humanos”.

Vivendo um aumento da popularidade muito mais provocado por fatores externos que reações domésticas, Lula terá que enfrentar o tema da segurança pública do Rio. Embora haja uma oportunidade para o presidente construir ações efetivas nesta área, o potencial de desgaste de Lula não pode ser desconsiderado.

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