A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) avaliou como “avanço concreto” o diálogo por telefone entre Lula (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado nesta segunda-feira (6), apontando a retomada de canais institucionais como fundamental para a indústria brasileira.
“Para a indústria, é muito relevante esse avanço das tratativas. Desde o início, nós defendemos o diálogo, pautado pelo respeito e pela significância desta parceria bicentenária. Vamos acompanhar e contribuir com o que for possível”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Pedido de revogação de sobretaxas
Durante a conversa, Lula solicitou a Trump a revogação das tarifas adicionais aplicadas aos produtos brasileiros, e reforçou que tal medida é essencial para restabelecer a competitividade das exportações.
Caso os EUA aceitem a reivindicação, até US$ 7,8 bilhões em vendas brasileiras podem ser isentas, beneficiando o anexo “Potential Tariff Adjustments for Aligned Partners” (EO nº 14.346), que prevê isenções condicionadas a compromissos comerciais e de segurança, e abrange 18,4% das exportações para o mercado norte-americano em 2024.
“O que está em jogo não é um ganho extra para o Brasil, mas a recuperação de espaço comercial. A possibilidade de integrar o anexo significa devolver previsibilidade e competitividade às nossas exportações, corrigindo distorções que afetam diretamente a indústria e o emprego no país”, disse Alban.
O presidente da CNI também afirmou que corrigir as distorções tarifárias é vital para a indústria e o emprego nacionais, acrescentando que a entidade acompanhará e contribuirá com as negociações bilaterais. Os setores que podem ser mais beneficiados incluem café, cacau, frutas e produtos metálicos, além dos 26,2% já livres de sobretaxas.

