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Caiado, Ratinho e Tarcísio são os governadores mais bem avaliados

Levantamento em oito estados mostra popularidade consolidada de três pré-candidatos ao Planalto

Data:

A pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje (22) sobre a avaliação e intenção de voto para os governos da Bahia (BA), Goiás, Minas Gerais (MG), Paraná (PR), Pernambuco (PE), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Sul (RS) e São Paulo (SP), que concentram mais de 67% do eleitorado no país, aponta que Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) despontam como os governadores mais populares nos estados em que houve pesquisa. Vale lembrar que os três governadores mais bem avaliados do país são pré-candidatos ao Palácio do Planalto.

Embora tenham uma popularidade menor, os governadores Jerônimo Rodrigues (PT-BA), Romeu Zema e Eduardo Leite (PSD-RS) também aparecem bem avaliados. No entanto, conforme veremos a seguir, eles também carregam desgaste político que impõem desafios até 2026. Raquel Lyra (PSD-PE) e Cláudio Castro (PL-RJ), por sua vez, enfrentam situações mais difíceis.

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Avaliação dos governadores

Estados Governadores (as) Aprova (%) Desaprova (%)
Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) 88 9
Paraná Ratinho Júnior (PSD) 84 12
São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) 60 29
Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) 59 33
Minas Gerais Romeu Zema (Novo) 55 35
Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSD) 58 38
Pernambuco Raquel Lyra (PSD) 51 45
Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) 43 41

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

Dos oito governadores mencionados, três podem concorrer à reeleição – Tarcísio, Jerônimo e Raquel. Os demais, como foram reeleitos em 2022, não podem buscar um novo mandato em 2026. Ao serem questionados se merecem um novo mandato ou eleger seu sucessor, Tarcísio, Caiado e Ratinho possuem um cenário eleitoral favorável em seus estados. Leite, apesar da aprovação de seu governo superar a aprovação, pode ter dificuldades no Rio Grande do Sul, já que a maioria dos gaúchos entendem que o governador não merece fazer o sucessor. Problema similar é enfrentado por Jerônimo na Bahia e Zema em Minas Gerais. Embora a aprovação de ambos supere a desaprovação, os eleitores da Bahia e Minas se dividem quando questionados se os atuais governadores merecem eleger o sucessor. Quem está em situação mais difícil é Raquel, que pode disputar a reeleição, em Pernambuco, e Castro, no Rio, já que além da desaprovação superar a aprovação, os eleitores desses dois estados consideram que Raquel não merece ser reeleita e Castro não merece fazer o sucessor.

O governador de seu estado merece ser reeleito ou fazer o sucessor?

Estados Governadores (as) Sim (%) Não (%)
São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) – R 56 36
Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) – R 48 48
Pernambuco Raquel Lyra (PSD) – R 43 54
Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) 73 21
Paraná Ratinho Júnior (PSD) 70 24
Minas Gerais Romeu Zema (Novo) 46 48
Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSD) 41 54
Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) 34 57

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)
R: Pode disputar a reeleição

Outro aspecto importante mostrado pela pesquisa é que, apesar da polarização nacional entre o lulismo e o bolsonarismo, nos estados em que a Quaest realizou pesquisa, a maioria dos eleitores quer que o próximo governador seja independente do presidente Lula (PT) ou do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). São estes os percentuais: SP (59%); MG (58%); RJ (58%); BA (49%); PR (58%); RS (60%); PE (44%); e GO (54%).

Os cenários de intenção de voto nos estados

Bahia
A eleição no maior colégio eleitoral do Nordeste será acirrada entre o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT), repetindo a disputa de 2022, vencida por Jerônimo. Na Bahia, Neto tentará evitar o sexto mandato consecutivo do PT no Estado. Neste momento, Neto possui uma vantagem de 7 pontos percentuais sobre Jerônimo. O pleito será polarizado entre eles, já que Neto e Jerônimo concentram 75% das intenções de voto.

Candidatos Intenção de voto (%)
ACM Neto (União Brasil) 41
Jerônimo Rodrigues (PT) 34
João Roma (PL) 4
Kleber Rosa (PSOL) 2
José Aleluia (Novo) 1
Indecisos 4
Branco/Nulo 14

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

A eleição na Bahia será desafiadora para o PT. Apesar de Jerônimo Rodrigues ser mais aprovado que desaprovado entre os baianos, existe uma divisão no eleitorado sobre se o governador merece um novo mandato, o que potencialmente poderá ajudar ACM Neto.

Goiás
Governador mais bem avaliado entre os estados pesquisados, Ronaldo Caiado (União Brasil), embora não possa disputar a reeleição, será o grande cabo eleitoral do vice-governador Daniel Vilela (MDB). Apesar de Vilela estar em situação de empate técnico em função da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), o vice-governador é o favorito.

Candidatos Intenção de voto (%)
Daniel Vilela (MDB) 26
Marconi Perillo (PSDB) 22
Wilder Morais (PL) 10
Adriana Accorsi (PT) 8
Telêmano Brandão (Novo) 1
Indecisos 14
Branco/Nulo 19

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

Joga a favor de Daniel Vilela o controle da máquina, além de a maioria do eleitorado goiano aprovar Ronaldo Caiado e entender que o governador merece fazer o sucessor. Apesar do favoritismo de Vilela, o pleito pode ter dois turnos.

Minas Gerais
A disputa no segundo maior colégio eleitoral do país está em aberto. Caso seja candidato, o senador Cleitinho (Republicanos) deve estar no segundo turno. No entanto, há dois nomes com potencial de crescimento: o senador Rodrigo Pacheco (PSD), que poderá ter o apoio do presidente Lula (PT), e o vice-governador Mateus Simões (Novo). O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (Sem partido), que no pleito de 2022 foi derrotado pelo governador Romeu Zema (Novo), aparece bem posicionado. No entanto, neste momento está com os direitos políticos suspensos por cinco anos.

Candidatos Intenção de voto (%)
Cleitinho (Republicanos) 28
Alexandre Kalil (Sem partido) 16
Rodrigo Pacheco (PSD) 9
Mateus Simões (Novo) 4
Indecisos 17
Branco/Nulo 26

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

Como a aprovação de Zema supera a desaprovação, Mateus Simões, sobretudo se Cleitinho não for candidato, tem boas chances de chegar ao segundo turno. No entanto, será uma eleição difícil para o governo Zema, já que os mineiros se dividem quando questionados se o governador merece eleger o sucessor. Outro aspecto a ser observado é o elevado número de eleitores “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos): 43%.

Paraná
Apesar do senador Sergio Moro (União Brasil) ter uma folgada vantagem neste momento, a eleição no Paraná deve dividir a direita, já que o ex-secretário estadual do Planejamento Guto Silva (PSD), se for candidato, contará com o governador Ratinho Júnior (PSD) como seu grande cabo eleitoral, independentemente do cargo que venha a disputar – presidência ou Senado. Os demais candidatos não devem ser competitivos no pleito de 2026. Chama atenção o elevado percentual de eleitores “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos): 41%.

Candidatos Intenção de voto (%)
Sergio Moro (União Brasil) 38
Paulo Eduardo Martins (Novo) 8
Enio Verri (PT) 7
Guto Silva (PSD) 6
Indecisos 13
Branco/Nulo 28

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

Apesar de Moro ser um nome competitivo, Guto Silva deverá crescer, já que Ratinho Júnior é o segundo governador mais popular do país. Além disso, a ampla maioria dos paranaenses entende que Ratinho merece eleger seu sucessor.

Pernambuco
O prefeito de Recife (PE), João Campos (PSB), que precisará se desincompatibilizar do cargo em abril de 2026 para concorrer a governador, desponta como o grande favorito. Neste momento, João tem boas chances de vencer a eleição em primeiro turno.

Candidatos Intenção de voto (%)
João Campos (PSB) 55
Raquel Lyra (PSD) 24
Gilson Machado (PL) 6
Eduardo Moura (Novo) 4
Indecisos 4
Branco/Nulo 7

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

Apesar de Raquel Lyra controlar a máquina estadual no pleito em que deve disputar a reeleição, o fato da maioria dos pernambucanos desaprovarem o governo estadual e entenderem que Raquel não merece ser reeleita beneficia João Campos. Além disso, João terá o apoio do presidente Lula (PT).

Rio de Janeiro
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que deverá se desincompatibilizar do cargo para concorrer a governador em 2026, desponta como o grande favorito. Paes tem neste momento uma vantagem de 26 pontos percentuais sobre o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), que deve ser o candidato do governador Cláudio Castro (PL). Outra incógnita envolve Washington Reis (MDB), que apesar de ter sido exonerado da secretaria dos Transportes quando Bacelar assumiu o governo como governador interino, ainda pode ser candidato.

Candidatos Intenção de voto (%)
Eduardo Paes (PSD) 35
Rodrigo Bacellar (União Brasil) 9
Washington Reis (MDB) 5
Monica Benicio (PSOL) 4
Italo Marsili (Novo) 2
Indecisos 15
Branco/Nulo 30

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

A divisão da base de Castro somada à desaprovação do governo estadual e a avaliação de que o governador não merece fazer o sucessor são vantagens importantes para Eduardo Paes. No entanto, temos 35% do eleitorado fluminense ainda “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos). Mesmo que Paes seja o favorito, o pleito deve ter dois turnos. Rodrigo Bacellar, caso tenha o apoio do bolsonarismo, tende a ser o principal adversário do prefeito.

Rio Grande do Sul
A eleição no maior colégio eleitoral da região Sul está em aberto. Neste momento, temos a ex-deputada Juliana Brizola (PDT) e o deputado federal Tenente Coronel Zucco (PL) dividindo a liderança. No entanto, Edegar Pretto (PT), que ficou em terceiro lugar nas eleições de 2022, assim como o vice-governador Gabriel Souza (MDB), que terá o apoio do governador Eduardo Leite (PSD), devem crescer.

Candidatos Intenção de voto (%)
Juliana Brizola (PDT) 21
Tenente Coronel Zucco (PL) 20
Edegar Pretto (PT) 11
Gabriel Souza (MDB) 5
Felipe Camozzato (Novo) 4
Indecisos 19
Branco/Nulo 20

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

O fato da aprovação de Eduardo Leite superar a aprovação é um ponto importante em favor de Gabriel. No entanto, a eleição será difícil para o governo estadual, já que a maioria dos gaúchos entende que Leite não merece eleger o sucessor, o que poderá abrir espaços para alternativas à direita (Zucco) e à esquerda (Juliana e Edegar). Outro aspecto a ser observado é o elevado número de eleitores “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos): 39%.

São Paulo
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que pode ser o candidato da direita ao Palácio do Planalto em 2026, aparece como favorito caso seja candidato à reeleição em São Paulo. Tarcísio possui uma vantagem de 22 pontos percentuais sobre o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que é cotado para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes caso não seja novamente o vice de Lula. Apesar da deputada federal Erika Hilton (PSOL) aparecer próximo aos dois dígitos das intenções de voto, ela não deve ser protagonista no maior colégio eleitoral do país.

Candidatos Intenção de voto (%)
Tarcísio de Freitas (Republicanos) 43
Geraldo Alckmin (PSB) 21
Erika Hilton (PSOL) 8
Paulo Serra (PSDB) 3
Felipe D’Ávila (Novo) 2
Indecisos 7
Branco/Nulo 16

Fonte: Genial/Quaest (13 a 17/08)

Chama atenção que, apesar de estar em posição politicamente difícil no tema do tarifaço do Brasil contra os Estados Unidos (o tarifaço é atribuído às articulações de Eduardo Bolsonaro), Tarcísio de Freitas não teve seu favoritismo atingido na disputa estadual. Embora siga como um dos principais nomes da direita para a sucessão presidencial, Tarcísio precisará lidar com o desafio de manter a lealdade ao bolsonarismo sem ser atingido negativamente com o aumento da rejeição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A resolução desse dilema estratégico deve definir o futuro político de Tarcísio – concorrer a governador ou presidente. Em São Paulo, Tarcísio de Freitas tem um cenário eleitoral de relativa tranquilidade, já que sua aprovação é bem maior que a desaprovação. Além disso, a maioria dos paulistas entendem que Tarcísio merece um novo mandato.

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