18.1 C
Brasília

Brasil e México reforçam laços comerciais, destaca Tebet

Ministra destaca cooperação como motor de crescimento sustentável

Data:

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), encerrou nesta quarta-feira (27) o Encontro Empresarial Brasil–México, na capital mexicana, com uma mensagem enfática ao setor produtivo: as duas maiores economias da América Latina deixaram para trás a lógica da concorrência e agora operam sob o princípio da complementaridade.

“Hoje nós vemos que as nossas economias não são concorrentes, elas são complementares. O Brasil tem o que o México precisa, o México tem o que o Brasil precisa”, declarou a ministra durante seu discurso, reforçando a mudança de paradigma nas relações bilaterais.

Tebet destacou que o foco atual da parceria entre os países está no fortalecimento do comércio, do investimento e da produtividade, com um olhar atento à promoção da justiça social. Segundo ela, o crescimento sustentável depende da força de setores como agronegócio, pecuária, agricultura familiar, comércio e indústria.

Cultura compartilhada e superação de barreiras

Apesar da barreira linguística, a ministra enfatizou a afinidade cultural entre brasileiros e mexicanos, unificados por um espírito latino comum. Tebet relembrou os caminhos distintos trilhados por Brasil e México no passado e ressaltou que, hoje, os dois países têm uma agenda conjunta voltada para o desenvolvimento mútuo.

Em um cenário global marcado por incertezas e disputas geopolíticas, a ministra fez um apelo por estabilidade institucional e cooperação. “Que possamos deixar de lado a polarização que assola o mundo, deixar os extremos e o fascismo de lado”, disse, em referência aos desafios impostos pelo ambiente internacional cada vez mais hostil.

Convite ao empresariado e foco em infraestrutura

Simone Tebet conclamou empresários brasileiros e mexicanos a expandirem sua atuação mútua, destacando o potencial de parcerias estratégicas em setores como logística e integração produtiva.

“Venham para o México, brasileiros. Empresários mexicanos, vão para o Brasil. Vocês serão bem recebidos”, afirmou.

Segundo a ministra, reformas econômicas, cooperação técnica e integração de cadeias produtivas formam um terreno fértil para novos projetos. Um dos exemplos mais destacados foi a área de biocombustíveis. O Brasil, referência em etanol, está transferindo sua tecnologia ao México como parte de um dos memorandos de entendimento assinados entre os países.

“Quando falamos em produção de açúcar, não temos como competir com o México. Mas o México precisa da tecnologia do etanol brasileiro. Isso é parceria”, disse Tebet.

Alimentos e oportunidades de complementaridade

A ministra também apontou para oportunidades no setor de alimentos, destacando que, embora o Brasil seja um dos maiores produtores de soja e milho, depende de produtos que não consegue cultivar em grande escala, como pêssego, aspargos e atum. “Há espaço claro para complementar produção e consumo”, concluiu.

O Encontro Empresarial Brasil–México reuniu autoridades, empresários e representantes de diversos setores produtivos com o objetivo de estreitar relações econômicas entre os dois países, em um momento em que a América Latina busca fortalecer sua presença no comércio global com base na integração regional.

Autor

  • Formada em jornalismo pelo UniCeub e graduanda em Ciências Políticas. Atuou como repórter na TV Cultura, Record, Metrópoles e R7. Atualmente, na Arko Advice cobre Congresso Nacional. Vencedora do Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde e Bem-Estar e do Expocom/Intercom Centro-Oeste. Também conquistou lugar no Prêmio Paulo Freire de Jornalismo.

    Ver todos os posts

Compartilhe

Inscreva-se

Receba as notícias do Política Brasileira no Whatsapp

Leia Mais
Relacionado

Confaz anuncia aumento do ICMS sobre combustíveis e gás de cozinha

Aumento atinge gasolina, diesel e gás de cozinha

Hidrelétrica de Itaipu alcança a marca histórica de 3,1 bilhões MWh produzidos

Itaipu se consolida como a usina que mais produz energia elétrica no mundo

Transportadoras relatam queda na demanda após tarifaço dos EUA

Levantamento aponta redução em fretes de exportação

Líderes do BRICS discutem mecanismos para ampliação de comércio

Presidente defende multilateralismo e critica tarifaço