Na próxima segunda-feira (9), a partir das 14h, o Supremo Tribunal Federal (STF) ouve o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acerca da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os oito acusados integram o núcleo 1 da investigação, que aponta o envolvimento dos réus nos crimes de: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A nova fase do julgamento foi convocada pelo ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, após o STF concluir o interrogatório de outras 52 testemunhas indicadas pela defesa dos acusados.
A expectativa é que o tenente-coronel Mauro Cid, delator da investigação, seja o primeiro a depor, seguido por Bolsonaro e pelos outros réus em ordem alfabética. Entenda quem são:
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Tenente coronel Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é apontado pelo inquérito da PF como chefe da possível organização criminosa que tinha objetivos autoritários para se manter no poder. Segundo a denúncia, ele foi peça crucial do plano, por ditar as principais decisões e ações a serem tomadas.
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Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Assim como Bolsonaro, Alexandre Ramagem é considerado, segundo o inquérito, integrante do núcleo crucial da suposta organização criminosa. “As investigações revelaram o importante papel dos denunciados na construção e direcionamento das mensagens que passaram a ser difundidas em larga escala pelo então presidente”, diz a denúncia.
Atualmente, ele atua como deputado federal na Câmara dos Deputados, e teve a ação penal suspensa pela Casa. Em resposta, a Primeira Turma do STF suspendeu parcialmente a ação, de forma que Ramagem continua respondendo por três crimes: golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. No entanto, os crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado foram suspensos.
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Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
O almirante Almir Garnier também aparece, na denúncia, como integrante do núcleo crucial da possível organização criminosa. Assim como os anteriores, é considerado peça fundamental nas decisões e ações tomadas na constituição do plano. Apesar de negar o envolvimento, Almir teria se colocado a disposição das ordens de Bolsonaro.
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo o inquérito, Anderson Torres também é parte do núcleo crucial da suposta organização criminosa, e “contribuiu para a propagação de notícias inidôneas sobre o sistema eletrônico de votação, ao discorrer sobre possíveis recomendações sugeridas por peritos da Polícia Federal quanto ao processo de contabilização de votos”, de acordo com a denúncia.
Na época, Anderson era o então Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, responsável por coordenar e supervisionar todas as ações de segurança, articulando as operações entre os diversos órgãos da SSP/DF.
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General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Segundo a denúncia, o general também integra o núcleo crucial da suposta organização criminosa apontada. “Foram encontradas anotações manuscritas, em uma agenda com logomarca da Caixa Econômica Federal, sobre o planejamento prévio da organização criminosa de fabricar um discurso contrário às urnas eletrônicas”, diz o inquérito.
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Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Integrante do núcleo crucial da suposta organização criminosa, segundo o inquérito, Nogueira “endossou a narrativa de fraude no sistema eletrônico de votação e afirmou que a Comissão de Transparência Eleitoral seria ‘pra inglês ver”. Ele estaria encarregado de levar aos militares a ideia de insurreição.
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Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022
Foto: Isac Nóbrega/PR
Braga Netto é apontado como o líder da suposta organização criminosa, ao lado de Jair Bolsonaro. Desde dezembro de 2024, ele está preso sob acusação de obstrução da investigação.
Além disso, Braga Netto foi candidato à vice-presidência nas eleições de 2022, integrando a chapa de Jair Bolsonaro. Anteriormente, ocupou os cargos de ministro-chefe da Casa Civil, entre 2020 e 2021, e de ministro da Defesa, de 2021 a 2022.