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Bolsonaro e sete réus depõem ao STF na próxima segunda-feira (9)

Depoimentos serão transmitidos ao vivo; grupo responde por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e outros crimes

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Na próxima segunda-feira (9), a partir das 14h, o Supremo Tribunal Federal (STF) ouve o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acerca da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os oito acusados integram o núcleo 1 da investigação, que aponta o envolvimento dos réus nos crimes de: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A nova fase do julgamento foi convocada pelo ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, após o STF concluir o interrogatório de outras 52 testemunhas indicadas pela defesa dos acusados.

A expectativa é que o tenente-coronel Mauro Cid, delator da investigação, seja o primeiro a depor, seguido por Bolsonaro e pelos outros réus em ordem alfabética. Entenda quem são:

  • Tenente coronel Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Brasília (DF) 11/07/2023 Depoimento para CPMI do golpe do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante-de-ordens do então presidente Jair Bolsonaro.Foto Lula Marques/ Agência Brasil.Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
O inquérito da PGR aponta Mauro Cid como como porta-voz de Bolsonaro e, portanto, responsável pela transmissão das orientações do então presidente aos demais membros do grupo. Apesar do relatório o considerar com menor autonomia decisória, aponta o tenente-coronel como integrante do núcleo crucial da organização.
Além disso, o ajudante de ordens também foi responsável pela delação que fundamentou boa parte da denúncia da Polícia Federal (PF). Em troca, o acordo negociado liberou perdão judicial ou prisão de até dois anos para ele, como também, devolução de bens e valores apreendidos e proteção para si e familiares. Mauro Cid também pediu para que os benefícios fossem ampliados para o pai, esposa e filha.
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

O presidente da República, Jair Bolsonaro, participa da solenidade que celebra acordo entre União e GDF, para regularização fundiária de terras no DF

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é apontado pelo inquérito da PF como chefe da possível organização criminosa que tinha objetivos autoritários para se manter no poder. Segundo a denúncia, ele foi peça crucial do plano, por ditar as principais decisões e ações a serem tomadas.

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)

Solenidade de posse do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Assim como Bolsonaro, Alexandre Ramagem é considerado, segundo o inquérito, integrante do núcleo crucial da suposta organização criminosa. “As investigações revelaram o importante papel dos denunciados na construção e direcionamento das mensagens que passaram a ser difundidas em larga escala pelo então presidente”, diz a denúncia.

Atualmente, ele atua como deputado federal na Câmara dos Deputados, e teve a ação penal suspensa pela Casa. Em resposta, a Primeira Turma do STF suspendeu parcialmente a ação, de forma que Ramagem continua respondendo por três crimes: golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. No entanto, os crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado foram suspensos.

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha

O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, participa do programa A Voz do Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O almirante Almir Garnier também aparece, na denúncia, como integrante do núcleo crucial da possível organização criminosa. Assim como os anteriores, é considerado peça fundamental nas decisões e ações tomadas na constituição do plano. Apesar de negar o envolvimento, Almir teria se colocado a disposição das ordens de Bolsonaro.

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante entrevista coletiva sobre a Operação Eleições 2022 no segundo turno.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo o inquérito, Anderson Torres também é parte do núcleo crucial da suposta organização criminosa, e “contribuiu para a propagação de notícias inidôneas sobre o sistema eletrônico de votação, ao discorrer sobre possíveis recomendações sugeridas por peritos da Polícia Federal quanto ao processo de contabilização de votos”, de acordo com a denúncia.

Na época, Anderson era o então Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, responsável por coordenar e supervisionar todas as ações de segurança, articulando as operações entre os diversos órgãos da SSP/DF.

  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional

General Augusto Heleno

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Segundo a denúncia, o general também integra o núcleo crucial da suposta organização criminosa apontada. “Foram encontradas anotações manuscritas, em uma agenda com logomarca da Caixa Econômica Federal, sobre o planejamento prévio da organização criminosa de fabricar um discurso contrário às urnas eletrônicas”, diz o inquérito.

  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, durante cerimônia comemorativa dos 157 anos da Batalha Naval do Riachuelo, no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Integrante do núcleo crucial da suposta organização criminosa, segundo o inquérito, Nogueira “endossou a narrativa de fraude no sistema eletrônico de votação e afirmou que a Comissão de Transparência Eleitoral seria ‘pra inglês ver”. Ele estaria encarregado de levar aos militares a ideia de insurreição.

  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022

Brasília (DF), 02/04/2020 - Ministro da Casa Civil Braga Netto durante coletiva de Imprensa no Palácio do Planalto sobre as ações de enfrentamento no combate ao Covid-19. Foto: Isac Nóbrega/PR

Foto: Isac Nóbrega/PR

Braga Netto é apontado como o líder da suposta organização criminosa, ao lado de Jair Bolsonaro. Desde dezembro de 2024, ele está preso sob acusação de obstrução da investigação.

Além disso, Braga Netto foi candidato à vice-presidência nas eleições de 2022, integrando a chapa de Jair Bolsonaro. Anteriormente, ocupou os cargos de ministro-chefe da Casa Civil, entre 2020 e 2021, e de ministro da Defesa, de 2021 a 2022.

Autor

  • Curso jornalismo na Universidade de Brasília (UnB) e busco unir meus conhecimentos da área da comunicação com o propósito da Arko Advice de entregar as principais notícias da política brasileira.

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