A pesquisa Real Time Big Data, contratada pela Rede Record, divulgada em 3 de setembro sobre a avaliação do governo Lula (PT) mostra uma divisão do país. Neste momento, a avaliação negativa (ruim/péssimo) de Lula supera a positiva (ótimo/bom) em sete pontos percentuais. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
AVALIAÇÃO DO GOVERNO LULA
Avaliação | Percentuais (%) |
---|---|
Ruim/Péssimo | 38 |
Ótimo/Bom | 31 |
Regular | 29 |
A divisão da opinião pública fica mais explícita quando analisamos os números da aprovação do presidente Lula (PT). Segundo o Real Time Big Data, apesar da desaprovação de Lula estar dois pontos à frente da aprovação, temos um quadro de empate técnico em função da margem de erro.
APROVAÇÃO DO PRESIDENTE LULA
Avaliação | Percentuais (%) |
---|---|
Desaprova | 49 |
Aprova | 47 |
Os percentuais de avaliação do governo e de Lula guardam relação com os números da sucessão de 2026. Na pesquisa divulgada na última segunda-feira (1º) pelo Real Time Big Data, Lula registrou 42% das intenções de voto contra 40% do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o que configura um quadro de empate técnico.
Contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível e deve ser condenado na ação penal de tentativa de golpe de Estado, temos um empate em 43%. Na simulação contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), a vantagem numérica é de Lula 43% a 37%. No entanto, em função da margem de erro, Lula e Michelle também estão tecnicamente empatados.
Embora Lula tenha registrado uma leve melhora em sua popularidade, o fôlego da narrativa da defesa da soberania mostra limites. Não por acaso, o saldo de popularidade do presidente permanece negativo.
Mesmo que a provável condenação de Jair Bolsonaro na ação penal da trama golpista, o que deve ocorrer em 12 de setembro, desgaste o ex-presidente e alimente a narrativa antibolsonarista, o discurso de defesa da democracia, que funcionou em 2022, também mostra limitações. Com as últimas pesquisas mostrando uma divisão da opinião pública em relação a esse tema, é improvável que Lula aumente sua popularidade por conta da condenação de Bolsonaro.
A oposição, por sua vez, tem o desafio complexo de atrair os votos de Jair Bolsonaro sem que a rejeição do ex-presidente traga prejuízos políticos. Mesmo que a direita também tenha obstáculos pela frente, a articulação de Tarcísio de Freitas e parte importante do centrão em favor do projeto da anistia – assim como a decisão do PP e a União Brasil, partidos que compõem a federação União Progressista, em deixar o governo Lula – indica que a oposição também projeta 2026.
Embora seja improvável que Jair Bolsonaro seja anistiado, a movimentação de Tarcísio e de parte do centrão mostra lealdade ao ex-presidente, além de acenar para a base social bolsonarista.
A sucessão de 2026 já está sendo jogada. O governo, de um lado, intensificará os ataques contra Tarcísio, buscando reforçar seu vínculo com Jair Bolsonaro de modo a desgastar o governador paulista, que desponta como o nome mais forte da direita para 2026. A oposição, de outro, aposta na defesa do projeto da anistia para atrair os eleitores bolsonaristas. Paralelamente a isso, seguirá trabalhando nos bastidores a construção de um projeto anti-Lula.