Com o aumento expressivo no valor das hospedagens em Belém (PA) às vésperas da COP30, o governo federal anunciou a criação de uma força-tarefa para buscar soluções e garantir acomodações acessíveis para as delegações internacionais. A medida foi confirmada pela presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, marcada para novembro de 2025.
Segundo o governo, o esforço inicial estará voltado para atender os 72 países que integram os grupos dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e Países Menos Desenvolvidos, que geralmente enfrentam maiores restrições orçamentárias para participar de eventos internacionais. Após esse primeiro foco, a atuação da força-tarefa será ampliada para os demais países participantes.
Até o momento, 47 delegações já confirmaram presença na COP30, com o pagamento das reservas de hospedagem. Destas, 39 utilizaram a plataforma oficial do evento e oito realizaram as reservas diretamente com hotéis ou por meio de outras plataformas digitais.
Acomodações alternativas
Uma das alternativas adotadas pelo governo foi a contratação de transatlânticos para servirem como hotéis flutuantes durante o evento, especialmente nos primeiros dias da conferência, quando há maior concentração de visitantes. Além disso, discute-se a possibilidade de dividir os blocos de hospedagem disponibilizados na plataforma oficial, permitindo reservas com períodos mais curtos, o que pode facilitar a logística das delegações e equilibrar a demanda.
Brasil descarta subsidiar hospedagem
Apesar dos esforços para ampliar a oferta de acomodações, a secretária-executiva da Casa Civil da Presidência da República, Miriam Belchior, descartou qualquer possibilidade de o governo brasileiro subsidiar financeiramente a hospedagem das delegações estrangeiras. Segundo ela, o Brasil já avançou nos demais planos operacionais do evento, como segurança, saúde e transporte, que estariam “alinhados e sob controle”.
A COP30 será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, e deve atrair cerca de 50 mil participantes de todo o mundo à capital paraense, entre chefes de Estado, negociadores, membros da sociedade civil e imprensa internacional. A expectativa é que o evento coloque Belém no centro das discussões globais sobre o enfrentamento à crise climática e à preservação da Amazônia.