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Alexandre de Moraes determina prisão preventiva de Carla Zambelli

Medidas foram tomadas após deputada deixar o Brasil

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão ocorre após a parlamentar, condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), anunciar que deixou o Brasil para buscar tratamento médico no exterior e pedir licença do mandato.

Além da prisão, Moraes determinou:

  • Bloqueio dos passaportes, incluindo o diplomático;

  • Bloqueio de salários, verbas, bens, ativos, contas bancárias e PIX;

  • Bloqueio de veículos, embarcações e aeronaves em nome da deputada;

  • Bloqueio de canais e perfis em redes sociais como Gettr, Facebook, Instagram, LinkedIn, TikTok e X;

  • Multa diária de R$ 50 mil por postagens que reiterem condutas criminosas;

  • Inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol.

Segundo Moraes, “é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal”, destacando que a jurisprudência do STF prevê a prisão em razão da fuga do distrito da culpa.

Justificativas de Zambelli

Zambelli afirmou, em entrevistas e transmissões nas redes sociais, que está nos Estados Unidos e pretende se estabelecer na Europa, onde tem cidadania italiana. Segundo investigações preliminares, ela teria deixado o Brasil por via terrestre, passando por Foz do Iguaçu (PR), cruzando a fronteira com a Argentina e embarcando de Buenos Aires para os EUA.

A deputada justificou a saída alegando perseguição judicial e afirmou:

“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e, agora, eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo.”

Em entrevista à CNN Brasil, Zambelli declarou:

“Tenho cidadania italiana e nunca escondi. Se tivesse alguma intenção de fugir eu teria escondido esse passaporte. (…) Como cidadã italiana eu sou intocável na Itália, não há o que ele possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”

Próximos passos

A defesa de Zambelli informou que apenas foi comunicada da decisão e que a parlamentar pretende formalizar o pedido de licença à Câmara dos Deputados. Com a ordem de prisão, o nome da deputada será incluído na lista vermelha da Interpol, o que pode levar a sua detenção em outros países. A Câmara será notificada e deverá decidir sobre a manutenção da prisão, conforme prevê a Constituição.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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