Segundo projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa é que a produção de café na safra de 2025 cresça cerca de 2,7%, comparada à colheita da temporada passada. Essa estimativa, segundo a companhia, reduz as preocupações geradas pelos estoques reduzidos registrados no início deste ano e pode influenciar a redução das cotações do produto, mas o cenário internacional diz o contrário.
Preço do café acumula alta histórica
Apesar da perspectiva de maior produção, o café moído registra alta de 80,2% nos últimos 12 meses, conforme dados do IBGE — a maior variação desde 1995, quando o produto subiu 85,5%.
Esse aumento é reflexo de fatores como:
- Crise climática, que afetou diversas safras brasileiras;
- Alta demanda internacional, com destaque para os mercados europeu e asiático;
- Estoques globais baixos, que reduzem a oferta no mercado mundial.
De acordo com a Conab, mesmo com maior disponibilidade no mercado interno, os preços podem não cair significativamente.
“Os estoques no exterior estão muito baixos, gerando pressões de alta nas cotações. A tendência é que os embarques para o exterior permaneçam aquecidos”, afirmou a companhia.
Estoques mínimos e exportações aquecidas
O mesmo é confirmado pelo último boletim semanal publicado pelo Escritório Carvalhes: “Em plena entressafra no Brasil, o mercado físico brasileiro apresentou um baixo volume de negócios realizados. Já estamos em maio, com os armazéns esvaziados, e os relatos que recebemos são de que os poucos lotes de café ainda depositados nesses armazéns, estão, quase em sua totalidade, já em mãos de exportadores e comerciantes.”
Ainda segundo o boletim, os baixos estoques globais, seguidos das crises climáticas e da aproximação do inverno no hemisfério sul, complicam o cenário do café. “O que mais se ouve no mercado brasileiro, é que em junho próximo, final deste ano-safra 2024/2025, teremos um dos menores estoques de passagem de nossa longa história de produtores de café”, destaca. Assim, com estoques reduzidos e sendo direcionados para o mercado externo, a tendência é que o preço do café continue em alta.