A guerra comercial entre Estados Unidos e China impulsionou a soja brasileira no mercado chinês. De junho a agosto de 2025, a China suspendeu praticamente todas as compras da soja norte-americana, preferindo fornecedores como Brasil e Argentina, segundo levantamento da American Farm Bureau Federation, que representa 6 milhões de produtores rurais dos EUA.
Queda de quase 80% nas compras chinesas
Entre janeiro e agosto deste ano, a China importou apenas 5,8 milhões de toneladas de soja dos EUA, queda de quase 80% em relação ao mesmo período de 2024, enquanto o Brasil exportou mais de 77 milhões de toneladas ao gigante asiático. A Argentina também ampliou suas vendas, depois de suspender temporariamente o imposto de exportação.
Este redirecionamento das compras faz parte de uma estratégia chinesa de diversificação de fornecedores, iniciada em 2018 durante a primeira guerra comercial entre os dois países. O impacto das tarifas se estende também a outros produtos exportados como milho, trigo e algodão, cujas importações chinesas dos EUA caíram a zero em 2025.
EUA tenta conter déficit
Como resposta, o governo norte-americano prepara um novo pacote de apoio financeiro aos produtores rurais, semelhante ao concedido em 2019, além de estudar medidas para conter o déficit comercial agrícola.
“Usaremos os recursos das tarifas para apoiar nossos agricultores”, afirmou o presidente Donald Trump nas redes sociais.
Ainda assim, os agricultores dos EUA enfrentam desafios como queda no preço das commodities e altos custos logísticos decorrentes do baixo nível do rio Mississippi.

