A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu oficialmente nesta quinta-feira (29) o Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação. O anúncio foi feito durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OMSA, em Paris, e é considerado um marco para a pecuária nacional, resultado de décadas de esforços conjuntos entre governo, produtores rurais e entidades do setor.
O que muda com o novo status
O reconhecimento da OMSA é visto como uma conquista histórica para o agronegócio brasileiro, que já lidera as exportações mundiais de carne bovina. Com o novo status, o país espera ampliar o acesso a mercados mais exigentes, como Japão e Coreia do Sul, que só compram carne de países livres de febre aftosa sem vacinação. Mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixaram de ser vacinados contra a doença, em um processo iniciado há mais de 50 anos.
A última ocorrência da doença no território nacional foi registrada em 2006. Desde então, o Brasil implementou zonas livres de febre aftosa e, gradualmente, retirou a vacinação, conforme o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA). O processo foi conduzido de forma segura, com estudos soroepidemiológicos comprovando a ausência de circulação do vírus no país.
Vigilância e responsabilidade compartilhada
Apesar da retirada da vacina, o Brasil continuará investindo em ações de vigilância e controle sanitário do rebanho. O papel dos pecuaristas e colaboradores permanece fundamental, especialmente na notificação ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) em caso de suspeita da doença. O setor produtivo e as entidades representativas reforçam que a manutenção do novo status depende do compromisso contínuo com as boas práticas sanitárias.
Para entidades como a CNA e a Famasul, a chancela internacional coloca o Brasil em posição de igualdade com grandes exportadores globais, como Estados Unidos, Austrália e União Europeia.
“Desde o início da profissionalização da produção de carne, a luta contra a doença se intensificou globalmente. No Brasil, o combate começou oficialmente em 1950 e passou por diferentes fases, até a criação do [Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa] PNEFA em 2017, com o objetivo de erradicação completa até 2026”, diz a Famasul