O presidente Lula (PT) e o ministro da Agricultura e Pecuária (MAPA), Carlos Fávaro (PSD), participaram nesta sexta-feira (6), em Paris, da cerimônia de certificação do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação, conferida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Na ocasião, o ministro afirmou que a classificação possibilita grandes oportunidades comerciais ao país.
Novos mercados
Segundo o ministro, o certificado possibilita que o Brasil acesse mercados mais exigentes, como o do Japão, e aumente a exportação de carnes bovina e suína. Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), também mencionou o alcance do mercado chinês que, atualmente, importa carne suína sem osso, mas que, com o reconhecimento, poderá importar carne com osso e miúdos suínos brasileiros. Essa mudança, de acordo com ele, geraria cerca de US$ 120 milhões ao estado do Rio Grande do Sul.
No mesmo sentido, o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras (ABIEC), Roberto Perosa, também vê o certificado como uma possibilidade de ampliar mercados e, inclusive, permite aumento nas exportações para o continente europeu.
Diante desse cenário, o ministro também sugeriu que o Brasil receba uma conferência mundial de sanidade animal ainda em 2026, para discutir um modelo sanitário animal com regionalização e vacina. Segundo ele, países como o Brasil – com extensão continental – precisam ser analisados de forma repartida, separando as regiões com focos de doenças do restante do país, de forma que não impeça a importação de produtos brasileiros em geral. A diretora da OMSA, Emmanuelle Soubeyran, também defendeu a importância da estratégia.