Enquanto acontece a Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa extra de 10% sobre produtos de países que se alinharem às políticas do grupo. O anúncio foi feito em sua conta na sua rede social, a Truth Social, reforçando que não haverá exceções à medida:
“Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do BRICS será taxado com tarifa extra de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção em relação a essa questão”, escreveu Trump.
BRICS critica medidas protecionistas
A resposta do BRICS veio rapidamente. Em declaração oficial divulgada durante a cúpula, os líderes do bloco condenaram o aumento de tarifas e outras medidas protecionistas no comércio global, defendendo o sistema multilateral de comércio com a Organização Mundial do Comércio (OMC) em seu núcleo.
“Reiteramos nosso apoio a um sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual, com a OMC em seu núcleo, com tratamento especial e diferenciado para seus membros em desenvolvimento”, destaca o documento do Brics.
Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que “o uso de tarifas não serve a ninguém”, sem mencionar o presidente estadunidense, mas criticando o método de coerção.
Expansão do bloco
O BRICS, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se e hoje inclui também Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Egito e Etiópia como membros plenos. Além disso, dez países participam como parceiros: Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Desde o início de seu mandato, Trump adotou uma política de aumento de tarifas sobre produtos importados, o que gerou críticas e respostas de diversos países e blocos econômicos.