A Câmara Baixa do Parlamento japonês elegeu nesta terça-feira (21) a nacionalista Sanae Takaichi, de 64 anos, como primeira-ministra do Japão — a primeira mulher na história do país a ocupar o cargo. Sua nomeação deve ser efetivada ainda hoje, em encontro com o imperador Naruhito.
Takaichi, líder do Partido Liberal Democrático (PLD), chegou ao poder após um acordo de última hora com o Partido Japonês para a Inovação (Ishin), assegurando maioria legislativa para suceder o até então premiê Shigeru Ishiba, que renunciou após sucessivas derrotas eleitorais.
Gastos públicos
Conhecida por sua admiração à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, Takaichi busca combinar uma política fiscal expansionista com reformas estruturais para reativar a economia japonesa, atualmente a quinta maior do mundo.
Ela defende o aumento dos gastos públicos e incentivos a empresas, medidas que lhe valeram o apelido de “dama de ferro fiscal”. Sua vitória impulsionou a Bolsa de Tóquio, refletindo o otimismo de investidores diante de um possível ciclo de estímulo econômico.
Posições e desafios
Takaichi é uma figura conservadora dentro de um PLD já tradicionalmente à direita, aliada do ex-premiê Shinzo Abe, morto em 2022. Embora prometa um governo mais inclusivo, defende causas como a manutenção do sobrenome único para casais e a sucessão imperial apenas por homens.
Na política externa, planeja estreitar laços com os Estados Unidos — Takaichi deve receber o presidente norte-americano Donald Trump já na próxima semana — e adotar uma postura mais pragmática em relação à China.
Além da política internacional, a nova premiê enfrentará desafios internos urgentes, como o declínio populacional, a baixa representatividade feminina (15% da Câmara Baixa) e a perda de apoio popular do PLD. Ela prometeu aumentar o número de mulheres no gabinete “em níveis escandinavos”, promovendo uma imagem de modernização institucional.

