O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (15) que “nada acontecerá” nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia até que ele tenha um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin. A declaração foi feita durante sua passagem pela Arábia Saudita, parte de uma visita ao Oriente Médio.
“Nada acontecerá antes de que Putin e eu nos reunamos”, afirmou Trump, ao ser questionado por jornalistas sobre a ausência do líder russo na reunião marcada para hoje em Istambul, na Turquia.
Putin, que havia sugerido um encontro direto com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no fim de semana, acabou não comparecendo. A ausência foi confirmada pelo Kremlin, que enviou à Turquia uma comitiva formada por vice-ministros e assessores, sem nenhum integrante do alto escalão do governo.
Delegação russa é criticada por Zelensky
O presidente ucraniano, que já está na Turquia, demonstrou frustração com a ausência de Putin e classificou a delegação enviada por Moscou como “decorativa”. Entre os integrantes estão:
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Vladimir Medinsky – assessor de Putin;
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Mikhail Galuzin – vice-ministro das Relações Exteriores;
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Igor Kostyukov – chefe do Estado-Maior russo;
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Alexander Fomin – vice-ministro da Defesa;
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Porta-vozes e especialistas da presidência e do Ministério da Defesa.
Apesar disso, os representantes russos disseram estar “prontos para um trabalho sério e profissional”, segundo declarações de Medinsky e da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.
Ausência de Trump
Convidado para o encontro, Donald Trump também não compareceu, embora tenha dito anteriormente que considerava participar. Segundo a agência Reuters, o Kremlin ainda trabalha com a possibilidade de um encontro bilateral entre Trump e Putin em outro momento.
O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, afirmou que um possível diálogo entre os presidentes dos EUA e da Rússia não está condicionado ao avanço das negociações com a Ucrânia.
Zelensky acusa Putin de fugir do diálogo
Ao longo da semana, o presidente ucraniano fez diversos apelos públicos para que Vladimir Putin comparecesse à reunião, afirmando que sua ausência provaria que Moscou “não está pronta para a paz”.
“Se Putin se recusar a viajar à Turquia, será o sinal definitivo de que a Rússia não quer acabar com esta guerra”, disse o chefe de gabinete de Zelensky, Andrii Yermak.
Zelensky chegou a pedir ajuda ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria solicitado a Putin, por telefone, que comparecesse a Istambul.
Tentativas de negociação
Esta seria a primeira negociação direta entre os dois países desde os primeiros meses da guerra, iniciada em fevereiro de 2022. A Turquia, membro da OTAN, tem atuado como mediadora, e sediou as últimas tentativas de conversas diretas.