O escritor peruano faleceu neste domingo, 13 de abril de 2025, em Lima, aos 89 anos, deixando um legado literário espetacular e uma contribuição fundamental ao pensamento político e social contemporâneo. Nascido em Arequipa, no Peru, em 28 de março de 1936, Vargas Llosa foi um dos nomes mais importantes do chamado “boom latino-americano”, movimento literário que transformou a narrativa em língua espanhola nos anos 1960 e 1970.
Além de romancista excepcional, Vargas Llosa um ensaísta influente e um analista político reconhecido mundialmente. Sua trajetória intelectual transitou do marxismo ao liberalismo, sempre pautada por uma defesa intransigente da liberdade individual e da democracia. Sua obra impressiona pela variedade temática e estilística, transitando com maestria entre romances históricos, dramas sociais, sátiras humorísticas e reflexões profundas sobre o estado atual da cultura. Ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2010, tendo sido o primeiro escritor não francófono eleito para a prestigiosa Academia Francesa em 2023.
Entre suas obras mais celebradas estão “A Cidade e os Cachorros”, “Pantaleão e as Visitadoras”, “Conversa na Catedral”, “Tia Júlia e o Escrevinhador”, “A Guerra do Fim do Mundo”, “A Festa do Bode”, “O Sonho do Celta” e “A Civilização do Espetáculo”. É muito difícil destacar uma única obra entre tantas criações notáveis, dada sua impressionante capacidade de variar estilos sem perder a alta qualidade narrativa.
Sua morte representa uma perda irreparável para a literatura mundial e para o debate intelectual contemporâneo, mas sua obra seguirá inspirando gerações, refletindo intensamente as contradições, esperanças e angústias do nosso tempo.
Con profundo dolor, hacemos público que nuestro padre, Mario Vargas Llosa, ha fallecido hoy en Lima, rodeado de su familia y en paz. @morganavll pic.twitter.com/mkFEanxEjA
— Álvaro Vargas Llosa (@AlvaroVargasLl) April 14, 2025