O presidente Lula (PT) participou, nesta segunda-feira (9), de uma sessão solene na sede da Interpol, em Lyon, na França. O evento foi promovido para reforçar a cooperação internacional no enfrentamento ao crime organizado, e na desarticulação de organizações transnacionais e suas redes.
Em seu discurso, Lula classificou o crime organizado como “empresas multinacionais” presentes em diversos setores da sociedade, incluindo empresas, política, Judiciário, futebol e cultura. Ele ressaltou que o combate a essas organizações exige ações multilaterais, urgentes e coordenadas, e não pode ser feito como se enfrenta uma simples quadrilha.
“O crime organizado não se enfrenta como uma simples quadrilha. Não se enfrenta apenas alguns grupos.”
Lula destacou: “A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais urgentes e coordenadas.”
Declaração de intenções
A declaração assinada entre o Brasil e a Interpol prevê:
-
Reforçar a cooperação internacional para o enfrentamento do crime organizado;
-
Desarticular organizações criminosas transnacionais e suas redes de apoio;
-
Apoiar a modernização tecnológica e institucional dos órgãos de segurança pública no Brasil e na América Latina;
-
Promover a proteção de grupos vulneráveis e os direitos humanos na atuação policial.
Lula também destacou ações do governo brasileiro para proteção das fronteiras, como a ampliação de postos da Polícia Federal nos cinco continentes, a criação do Centro de Cooperação Internacional da Amazônia e uma plataforma permanente na Tríplice Fronteira com Argentina e Paraguai para combater crimes financeiros e o tráfico de drogas, armas e pessoas.
O que é a Interpol
A Interpol reúne forças policiais de 196 países membros, mais integrantes do que a própria Organização das Nações Unidas (ONU). Sua função principal é facilitar o intercâmbio de informações policiais, criminais e judiciais em nível internacional, com o objetivo de combater crimes transnacionais e auxiliar as forças policiais nacionais na identificação e localização de pessoas para detenção e posterior extradição.
A visita de Lula à sede da Interpol marca a primeira vez que um presidente brasileiro participa de uma cerimônia oficial na instituição, atualmente comandada pelo brasileiro Valdecy Urquiza.