O presidente Lula (PT) destacou nesta segunda-feira (18), durante visita oficial do presidente do Equador, Daniel Noboa, a importância de ampliar o comércio bilateral e fortalecer as relações com países sul-americanos, consideradas prioridade para o Brasil.
“Em um cenário global desafiador, em que rivalidades se agravam e instituições multilaterais são esvaziadas, é preciso firmeza na defesa da nossa independência. Para o Brasil, a autonomia é um sinônimo de diversificação de parcerias. Os laços com o Equador e com os demais vizinhos sul-americanos são prioridades para nós”, disse.
Equador
Lula anunciou a retomada da importação de bananas do Equador, conforme decisão judicial, após mais de duas décadas de restrições motivadas por questões fitossanitárias. A abertura do mercado brasileiro terá início pela banana desidratada e, até o fim do ano, será avaliada a possibilidade para a banana in natura.
O governo brasileiro busca ainda ampliar o comércio com o Equador em produtos como carne suína, além de atualizar o acordo comercial entre o Mercosul e o país vizinho.
A corrente de comércio entre Brasil e Equador somou US$ 1,1 bilhão em 2024, com exportações brasileiras de cerca de US$ 970 milhões, especialmente de veículos, máquinas, medicamentos e produtos das indústrias de papel e celulose.
Cooperação no combate ao crime
Lula ressaltou o compromisso de estreitar a parceria com o Equador no combate ao crime organizado na região amazônica. O governo brasileiro planeja reabrir a adidância da Polícia Federal (PF) em Quito e promoveu recentemente treinamentos sobre investigação de crimes financeiros. Segundo ele, o trabalho conjunto poderá avançar desde o combate a ilícitos dentro de prisões até repressão ao contrabando de armas.
“Podemos fazer muito mais, desde ações para coibir atividades criminosas dentro de prisões até operações para reprimir o contrabando de armas”, afirmou.
Regulação das redes sociais
O presidente também reforçou a necessidade urgente de regulação das grandes empresas de tecnologia, as chamadas big techs, argumentando que as redes sociais não podem ser “terra sem lei” onde a democracia é atacada e crimes como incitação ao ódio, violência e exploração sexual de crianças e adolescentes ocorrem impunemente.
“Expus ao presidente Noboa a urgência com que o governo e a sociedade brasileira vêm procurando enfrentar a criminalidade na esfera digital. Nossas sociedades estarão sob constante ameaça sem regulação das big techs. Esse é o grande desafio contemporâneo de todos os Estados”, pontuou.
Atos oficiais assinados
Durante o encontro, foram firmados acordos nas áreas de:
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Segurança alimentar, para cooperação técnica no combate à fome e à pobreza
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Inteligência artificial, visando colaboração acadêmica e capacitação em infraestrutura tecnológica
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Agricultura familiar, focando no desenvolvimento rural sustentável, transição agroecológica, e redução de perdas e desperdícios