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Lula: Dívida histórica com a África pode ser paga com tecnologia

Presidente participou da abertura do 2º Diálogo Brasil-África e destacou a importância da cooperação para combater a fome

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Durante a abertura do 2º Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, realizada nesta segunda-feira (19) em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil tem uma dívida histórica com o continente africano, e que essa dívida deve ser paga não em dinheiro, mas com solidariedade, transferência de tecnologia e assistência à agricultura.

“Nós devemos 350 anos em que este país explorou uma grande parte do povo africano. […] O Brasil pode pagar em solidariedade, em transferência de tecnologia, para que vocês possam produzir parte daquilo que nós produzimos”, disse Lula a ministros da Agricultura de países da União Africana.

O evento, que ocorre até quinta-feira (22), reúne mais de 40 delegações africanas, além de organismos internacionais, bancos multilaterais, instituições de pesquisa, organizações da agricultura familiar e empresas do setor privado. O principal objetivo do encontro é fortalecer a cooperação entre Brasil e África, promovendo parcerias sustentáveis para erradicação da fome e da pobreza.

Brasil quer exportar sua experiência no combate à fome

Lula defendeu que o Brasil compartilhe sua experiência bem-sucedida na produção de alimentos e desenvolvimento rural, especialmente com foco na agricultura familiar e tecnologias sustentáveis. Ele citou ainda a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, aprovada durante a presidência brasileira no G20, como um instrumento para mobilizar a comunidade internacional em torno dessa causa.

“A fome não é por culpa da natureza, e sim da falta de vontade política. […] É preciso parar com altos discursos e com baixa execução de programas”, criticou o presidente.

O presidente também reforçou que o Brasil está disposto a ajudar países africanos a desenvolverem seus próprios sistemas produtivos, com foco na autonomia alimentar e no desenvolvimento rural sustentável. Essa cooperação, segundo ele, deve ir além de acordos diplomáticos, e se transformar em ações concretas no campo.

Programação inclui visitas técnicas e trocas de experiências

A programação do Diálogo Brasil-África prevê visitas de campo ao entorno de Brasília e em Petrolina (PE), abordando temas como:

  • Agricultura familiar e integração de sistemas produtivos;

  • Saúde do solo, bioinsumos e reuso de esgoto;

  • Conservação genética de hortaliças;

  • Tecnologias para convivência com a seca;

  • Agricultura irrigada e fruticultura tropicalizada;

  • Criação de rebanhos adaptados ao clima semiárido

Essas experiências brasileiras serão apresentadas como exemplos práticos de soluções que podem ser adaptadas às realidades climáticas e sociais africanas, em um modelo de cooperação Sul-Sul, que prioriza o desenvolvimento mútuo e o respeito à soberania dos países parceiros.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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