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Estados Unidos cancelam vistos de familiares do ministro da Saúde Alexandre Padilha

Padilha e outros funcionários são alvos de campanha norte-americana contra programa Mais Médicos

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Os Estados Unidos cancelaram nesta sexta-feira (15) os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT). O próprio ministro, que participou da criação do Mais Médicos durante o governo Dilma Rousseff (PT), está com o visto vencido desde 2024 e, por isso, não foi alvo da medida.

Vistos cancelados

A decisão amplia as sanções do Departamento de Estado norte-americano, que nesta semana já havia revogado os vistos de funcionários do governo brasileiro ligados à implementação do programa.

A medida havia sido justificada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, sob alegação de que os servidores brasileiros foram cúmplices de um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”, usando o programa Mais Médicos como instrumento. Os Estados Unidos chegaram a classificar a ação como “golpe diplomático inconcebível”.

O Mais Médicos foi lançado em 2013 para atender regiões remotas com escassez de profissionais, por meio de cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Até 2018, cerca de 605 mil médicos cubanos atuaram em 165 países, segundo Cuba.

Reação

Padilha, que também liderou o Ministério da Saúde durante a criação do Mais Médicos, reagiu às sanções defendendo que o programa “sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja”, e classificou a medida como “absurda” e um exemplo da postura hostil do governo Trump, que tem tentado constranger países que recebem médicos cubanos desde o início de seu segundo mandato.

A exportação de profissionais de saúde é fundamental para Cuba, principalmente diante do bloqueio econômico imposto pelos EUA há mais de 60 anos, e representa uma das fontes de recursos mais importantes para a ilha. Países europeus, africanos e latino-americanos também arcaram com sanções e restrições similares por aderirem a programas de cooperação cubana.

Em 2018, após a eleição de Jair Bolsonaro (PL), Cuba deixou o programa.  Relançado em 2023, o Mais Médicos hoje conta com cerca de 24,700 profissionais em atividade e prioriza médicos com habilitação no Brasil. Atualmente o programa também tem vagas para outras áreas da saúde, como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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