O bilionário Elon Musk anunciou sua saída do governo Trump, após liderar uma campanha turbulenta de cortes e reestruturação no setor público dos Estados Unidos. Musk ocupava, desde janeiro, o cargo de funcionário especial à frente do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), responsável por implementar cortes e enxugar a máquina federal. Sua saída foi confirmada por autoridades da Casa Branca na noite desta quarta-feira (28).
Motivos da saída
A decisão foi tomada após Musk criticar publicamente o pacote de gastos e cortes de impostos defendido por Donald Trump, afirmando que a medida “aumenta o déficit orçamentário e mina o trabalho da equipe do DOGE”. Em entrevista à CBS News, Musk declarou: “Fiquei decepcionado ao ver o enorme projeto de gastos, que aumenta o déficit em vez de reduzi-lo”. O comentário gerou irritação entre membros do alto escalão da Casa Branca, especialmente o vice-chefe de gabinete Stephen Miller, e acelerou o processo de desligamento.
Musk não teve uma conversa formal com Trump antes de anunciar a saída, que foi decidida em nível sênior da equipe. Sua nomeação já era temporária: como funcionário especial, o limite de atuação era de 130 dias, prazo que se encerraria por volta de 30 de maio.
Gestão Musk no DOGE
Durante o período à frente do DOGE, Musk impulsionou cortes que resultaram na eliminação de cerca de 12% do funcionalismo federal — aproximadamente 260 mil servidores — por meio de demissões, incentivos à aposentadoria e fechamento de agências. O bilionário prometia economizar até US$ 2 trilhões, mas as estimativas oficiais apontam para economias de US$ 150 a 175 bilhões, valores que não correspondem a 10% do prometido.
Musk tornou-se figura central e polêmica no governo: entrou em conflito com secretários de Estado, e criticou abertamente o teletrabalho no setor público. Sua atuação gerou protestos de sindicatos e pressão de investidores, para que ele se dedicasse mais aos negócios da Tesla e SpaceX, suas empresas.
Próximos passos
Em sua rede social, Musk agradeceu a Trump pela oportunidade, e disse acreditar que a missão do DOGE “vai se fortalecer com o tempo, tornando-se um modo de vida no governo”. O governo Trump informou que os esforços do DOGE para reestruturar e reduzir o tamanho do Estado continuarão.