O governo brasileiro acionou o corpo diplomático para tentar garantir que a indústria automotiva brasileira não seja afetada pelo embate geopolítico entre o governo holandês e a China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil pedirá ao país asiático que as empresas de autopeças sistemistas que atendem a montadoras no Brasil possam comprar chips chineses, mesmo que tenham capital europeu.
Em troca, o governo brasileiro deve estabelecer um sistema de rastreabilidade dos chips para garantir ao governo chinês que esses componentes serão direcionados ao mercado interno e não à exportação.
O interesse do Brasil nesse tema resulta da dependência do mercado brasileiro em chips chineses, essenciais para o sistema de carros flex.
“O mais importante é garantir a oferta para os sistemistas revenderem para as montadoras, independente da origem da propriedade do capital dessas empresas”, disse o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, após reunião com montadoras e autopeças.
Entenda o conflito
A crise acontece após a China impor restrições à exportação de componentes eletrônicos, depois do governo holandês assumir o controle de uma empresa chinesa instalada no país europeu alegando preocupações com segurança e propriedade intelectual. O governo brasileiro agora luta para conseguir prioridade no direcionamento dos chips que ainda são produzidos pelos asiáticos, mas a necessidade de intermediação de sistemistas européias pode dificultar o processo.

