Os estados membros do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; e os países da EFTA, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, assinaram nesta terça-feira (16) no Rio de Janeiro o Acordo de Livre Comércio (ALC) entre os dois blocos.
Após oito anos de negociações, Brasil e Mercosul assinam um acordo que fortalece a expansão comercial do país. Esses grupos juntos representam quase 300 milhões de habitantes e um PIB superior a US$ 4,39 trilhões. Em 2024, o Brasil exportou US$ 3,09 bilhões para a EFTA e importou US$ 4,05 bilhões do bloco.
O presidente Lula (PT) comemorou a assinatura do acordo em suas redes sociais. Ele afirmou:
“Tenho o prazer e o orgulho de comunicar que, neste encontro, finalmente assinamos o Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a EFTA.”
Além disso, destacou que essa assinatura reforça a importância do multilateralismo, fortalece o bloco e consolida as parcerias com os países europeus.
Estimativas econômicas
Até 2044, estudos indicam que o tratado adicionará R$ 2,69 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, atrairá R$ 660 milhões em novos investimentos e elevará as exportações em R$ 3,34 bilhões. Isso acontecerá porque o acordo eliminará integralmente as tarifas industriais já no primeiro dia de vigência e implementará medidas que reduzem barreiras técnicas e sanitárias.
Com a entrada em vigor do Acordo de Livre Comércio (ALC), cerca de 99% das exportações brasileiras para os países da EFTA passarão a contar com a eliminação de tarifas nesses mercados. Como resultado, o Brasil ampliará significativamente o acesso de seus produtos a economias europeias de alta renda.
Os setores de maior valor agregado da agroindústria serão os principais beneficiados, pois terão acesso preferencial ao mercado. Entre os produtos destacados, estão:
Produtos agroindustriais:
- Carnes bovina, de aves e suína
- Milho
- Farelo de soja
- Frutas: Banana, melão, uva
- Café torrado
- Sucos: De laranja e maçã
- Mel
- Etanol
- Fumo não manufaturado
Além disso, alguns setores da indústria também devem ganhar espaço no mercado externo. Os principais são:
Produtos industriais:
- Madeira
- Celulose
- Pedras ornamentais
- Semimanufaturados de ferro e aço
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os segmentos com maior potencial de crescimento incluem:
- Alimentos
- Produtos químicos
- Máquinas e equipamentos
- Metalurgia
- Produtos de metal
No entanto, cada setor deverá adaptar sua estratégia, levando em conta variáveis como a demanda internacional, a formação de preços e a eficiência logística.
Alckmin destaca o acordo como estratégico e decisivo
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), destacou o acordo como estratégico e decisivo para o país.
Segundo Alckmin, essa parceria representa um avanço importante na política comercial do Brasil e do bloco sul-americano.
“O acordo mostra ao mundo que o Brasil está pronto para competir e cooperar em alto nível”, afirmou.
Além dos ganhos comerciais, Alckmin enfatizou que a parceria reforça valores fundamentais, como a democracia, os direitos humanos e a sustentabilidade. Para ele, abrir mercados não se limita ao comércio exterior. Pelo contrário, essa abertura aumenta a renda da população, impulsiona a indústria nacional e, com isso, eleva a competitividade do Brasil no cenário global.
Desse modo, ele definiu o acordo como um exemplo claro de “comércio com propósito”.