Senador Rogério Carvalho (PT-SE)

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 O senhor encontrou Gabriel Galípolo [Diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado para a presidência do órgão] esta semana. O que conversaram?

Galípolo é muito consistente, tem clareza das questões e dos desafios do Banco Central. Tratamos um pouco sobre o câmbio, que é um problema. Conversamos sobre a falta de conexão entre a variação cambial e os fundamentos econômicos reais. Esse câmbio, que está muito volátil, não tem uma justificativa objetiva. Tem a ver com ataques especulativos já decorrentes do uso de Inteligência Artificial. Isso é um problema no mundo inteiro.

O fato de a sabatina no Senado ficar para depois das eleições pode prejudicar Galípolo?

Não. Ele é uma pessoa que tem posições claras, mas não carrega um peso ideologizado na sua posição, o que facilita o trânsito dele aqui dentro do Senado. Como nas escolhas para ministro do STF e do STJ, dificilmente você não aprova. Também como presidente do Banco Central todos querem fazer a interlocução. Então acho que isso independe de quando acontecer, seja depois das eleições, daqui a três semanas, ou antes.

Como o senhor vê a tramitação da regulamentação da Reforma Tributária aqui no Senado?

É um momento em que está todo mundo em eleição. Nós tivemos só duas semanas de atividades presenciais. Então, é um período complexo. Mas algumas audiências públicas estão sendo realizadas, mesmo de maneira mais esvaziada. Também são muitas emendas. A verdade é que ninguém quer pagar impostos, mas se ninguém pagar imposto o Estado não cumpre seu papel, não tem distribuição de riqueza. Então eu preciso ter algum conceito orientador. Mas como fazer esse processo? Não pode ser decorrente da vontade dos representantes dos segmentos, ou não se tem Reforma Tributária.

Os pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes devem andar no Senado?

Uma empresa de tecnologia não pode usar a liberdade de expressão para manipular, abusar do poder. Se fazem essa política rasteira, quem fica sob ataque é a instituição republicana. Dito isso, vou estranhar muito se o presidente Rodrigo Pacheco não arquivar de imediato. Agora vão pedir o impeachment de todos os ministros?

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