O deputado Evair de Melo (PL-ES) avaliou em entrevista à Arko Advice que existem tratativas para aumentar o limite de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês a partir de 2026, “Se voltarem com a proposta de isenção até R$ 10 mil, voto a favor dos R$ 10 mil, sou a favor das pessoas”, disse o parlamentar que inclusive é um dos integrantes da Comissão do IR.
Veja a entrevista na íntegra:
O atrito entre Hugo Motta e o governo atrapalha o avanço do IR?
O governo vem errando desde a PEC da Transição. Com a decisão do IOF, colheu o que vem plantando: pede autorização para gastar sem apresentar redução de despesas nem contenção de gastos. Além disso, não tem uma base sólida aqui na Casa. A base virou pó, já que a retórica do Lula não agrada e o [ministro Fernando] Haddad não convence. Essa história de que “quem vai pagar é o rico” não se sustenta, a carga tributária quem acaba pagando é o consumidor. Sobre o avanço do IR, acredito que seremos ainda mais agressivos, e a chance de avançar é muito grande. Sobre a isenção do IR: há tratativas para ir além dos R$ 5 mil mensais? Se o governo facilitar, vai entrar em destaque. Se voltarem com a proposta de isenção até R$ 10 mil, voto a favor dos R$ 10 mil, sou a favor das pessoas. O [deputado Arthur] Lira é conservador, não é tão agressivo. Está viajando com o presidente [Hugo] Motta e estão conversando, mas Lira resiste a mexer em qualquer ponto. Minha percepção é de que perderam a paciência com o governo. Se já estava difícil com o Alexandre Padilha como ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, com a Gleisi Hoffmann piorou. O senhor acha que outros temas podem avançar agora no Congresso, como a CPMI? O senhor é um dos cotados para a relatoria? Já apresentei um plano de trabalho. A CPMI não é uma caça às bruxas, é o desmanche de uma quadrilha. Há gente infiltrada em todos os partidos e em todos os governos. Não estamos enfrentando o governo A, B ou C. O Motta, até a semana passada, estava com a ideia de encontrar alguém mais neutro. Acho um risco. É melhor um deputado da oposição que queira trabalhar e faça o que precisa ser feito. O senhor é candidato ao Senado? Que caminho pretende seguir em 2026? Estou me preparando para disputar o Senado. Em março ou abril darei uma resposta definitiva. As pessoas me conhecem como defensor da liberdade econômica, do direito à propriedade, como alguém que enfrenta o Supremo e representa o agro. Quero reordenar os Poderes, há muita insegurança jurídica e isso afeta os investimentos. Se você tem um STF que se mete em tudo, como investir pensando em 20, 30, 50 anos? Acho que o Senado precisa se posicionar. Precisamos enxugar o Estado, fazer revisões constitucionais, uma reforma administrativa drástica e, logicamente, focar também na segurança pública. |