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“Quem cometeu irregularidades será exposto”, diz vice-presidente da CPMI do INSS

Duarte Jr afirma equilíbrio político garante investigação profunda e punição dos envolvidos

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O deputado Duarte Jr (PSB-MA) e vice-presidente da CPMI do INSS concedeu entrevista à Arko Advice em que se mostrou otimista com os frutos das investigações realizadas pelo Congresso Nacional. “Quem cometeu irregularidades será exposto. Só permanece quem não tem nada a esconder”, disse.

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Na mesma linha, o parlamentar disse que acredita que a CPMI tem condições de ter começo, meio e fim com resultados efetivos e reconhecidos pela sociedade. “Isso se dará por diversos fatores: primeiro, pela clareza das irregularidades, como o caso de aposentados que tiveram dinheiro retirado de suas contas por associações em acordo com o INSS, repassado a empresas e, depois, a servidores e parentes. Outro diferencial é que não se trata de erros de apenas um governo. Aqui, os crimes ocorreram em diferentes gestões. Há, claramente, três grupos na CPMI: os que defendem Bolsonaro; os que defendem Lula; e um grupo que busca punir quem errou, independentemente de lado. Isso cria um equilíbrio e impede que crimes passem despercebidos. Exemplos mostram esse clima de desconfiança mútua: requerimentos retirados por um grupo levantam suspeitas em outro, revelando conexões políticas e financeiras”, continuou.

Veja a entrevista na íntegra:  

O senhor é uma figura de destaque na Câmara na área da saúde. Qual a sua avaliação sobre o projeto que trata da venda de medicamentos em supermercados?

Existem movimentos farmacêuticos contrários à proposta, principalmente por defenderem a profissão e a atividade farmacêutica. Por outro lado, há a visão dos consumidores, que apontam vantagens, como redução de custos e mais acesso aos medicamentos. No entanto, é fundamental lembrar que o que diferencia um medicamento de um veneno é a dose. Portanto, a ampliação da venda em supermercados precisa ser analisada com cautela, para que a busca por preços mais baixos não coloque em risco a saúde e a segurança das pessoas.

Sou favorável à redução dos preços, mas acredito que há outros caminhos mais seguros para se alcançar esse objetivo. Um deles seria a criação de consórcios de compra envolvendo União, estados, municípios e a iniciativa privada, o que permitiria negociar valores menores pela compra em maior escala. Uma alternativa é a quebra de patentes. Minha prioridade é assegurar que todos tenham acesso à cura e ao tratamento, sobretudo no caso de doenças raras, cujos medicamentos podem custar milhões de reais por dose mensal. Não é viável que um cidadão arque sozinho com esses custos, e muitas vezes o Sistema Único de Saúde, o SUS, também não consegue atender plenamente essas demandas. Por isso, mais importante do que apenas baratear, é garantir acesso contínuo, seguro e adequado, de modo a preservar vidas.

O senhor defendeu o veto do presidente Lula em relação ao licenciamento ambiental. Como está a articulação para manter o veto?

Aquela votação foi uma armadilha, ocorreu de madrugada, sem aviso prévio, com o plenário esvaziado. Lula não vetou todos os pontos necessários, mas corrigiu parte do erro e nos deu a chance de ajustar a situação. Estamos mobilizando movimentos sociais, pressionando nas redes e compartilhando informações técnicas. Muitos só perceberam a gravidade depois da votação. Acredito que conseguiremos manter os vetos, pois o tema é complexo e não pode ser tratado de forma apressada.

Como maranhense e muito ligado às questões do estado, como o senhor acha que o tarifaço vai impactar?

Esses dias conversei com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, representando a bancada federal do Maranhão. A expectativa do governo em relação a esse pacote é muito grande. Existem possibilidades de aprimoramento, já que a proposta ainda tramita, mas a intenção do governo é de realmente proteger a economia. A expectativa é de que haja uma compensação para que as medidas do governo Trump não gerem tantos reflexos negativos no país. No médio ou no longo prazo, o problema seria grave: com a redução das importações, as empresas venderiam apenas no território local, diminuiriam contratações, reduziriam a produção e, consequentemente, aumentariam o desemprego e seus impactos. Esse pacote de medidas busca justamente evitar esses efeitos tão negativos no médio prazo.

Autor

  • Formada em jornalismo pelo UniCeub e graduanda em Ciências Políticas. Atuou como repórter na TV Cultura, Record, Metrópoles e R7. Atualmente, na Arko Advice cobre Congresso Nacional. Vencedora do Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde e Bem-Estar e do Expocom/Intercom Centro-Oeste. Também conquistou lugar no Prêmio Paulo Freire de Jornalismo.

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