O presidente interino do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), disse em entrevista exclusiva à Arko, que a única opção do partido para 2026 é lançar o atual presidente Lula (PT) à reeleição.
Veja a entrevista completa: Pensando em 2026, o presidente Lula (PT) continuará como candidato? Que nomes são considerados para a vice-presidência? Costumo dizer que o PT não tem plano B. Nosso plano é o plano L: L de Lula. Sobre a vaga de vice, essa é uma discussão para outro momento, outro contexto. Para mim, [Geraldo] Alckmin tem sido um grande vice, um grande aliado, e poderia seguir na vaga. Mas, claro, isso depende ainda de muitas discussões sobre os cenários futuros. O senhor será candidato à reeleição no Senado? Como enxerga a movimentação da oposição para conquistar a maioria das cadeiras na Casa em 2026? Sim, serei candidato à reeleição. A oposição joga o jogo dela, mas nós também jogamos o nosso. O PT segue trabalhando para construir um amplo e sustentado leque de alianças com partidos do nosso campo, do centro e da centro-direita que não se alinhem com as nefastas pautas da extrema direita. Temos uma gama de legendas que integram a base do governo e com as quais dialogamos bem. Vejo as conversas como muito promissoras, com perspectivas de bons resultados eleitorais em 2026, seja para a Câmara, seja para o Senado, seja em relação à reeleição do presidente Lula. Como o senhor avalia seu período à frente do PT e quais as expectativas para a próxima presidência do partido? Quais os nomes favoritos? Minha missão à frente do PT tem sido a de garantir uma transição tranquila entre a saída da ministra Gleisi [Hoffmann] e a chegada de um novo presidente eleito. Para isso, tenho trabalhado vivamente na condução do nosso Processo de Eleição Direta [PED], que é um expoente da democracia interna do nosso partido. E estamos indo muito bem. Temos quatro candidatos – Edinho Silva, Rui Falcão, Romênio Pereira e Valter Pomar –, cujas agendas têm mais convergências do que divergências. Então, o PT continuará na sua intransigente defesa do governo, dos programas sociais revolucionários que implantou, do meio ambiente, de um desenvolvimento sustentado, com responsabilidade fiscal e compromisso com a economia, mas sem descuidar, jamais, das nossas políticas inclusivas. Sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): qual a percepção no Congresso em relação às medidas alternativas? Há disposição para cortar subsídios? E quanto às apostas? Vejo o presidente Lula e, particularmente, o ministro Fernando Haddad [da Fazenda] extremamente empenhados em entregar ao país medidas sérias para cumprirmos todas as nossas metas fiscais. No entanto, parte do Congresso, maquinada por parte de uma elite empresarial tacanha, não trata o tema com a seriedade e o rigor devidos. O Congresso dispõe, atualmente, de R$ 50 bilhões sob o seu controle por meio de emendas parlamentares. Quanto se dispõe a cortar? Nada. E os supersalários? E a taxação dos mais ricos, das grandes fortunas? E a Reforma da Previdência dos militares? E o corte em isenções, subsídios e renúncias fiscais bilionários dados a grandes grupos econômicos? Nada. Quando se fala em corte, é corte no Bolsa Família, no BPC, no Pé-de-Meia, na desvinculação das aposentadorias e pensões. Esse sistema atual perpetua o maior roubo da história, o de tirar dos pobres para dar aos ricos. Somos absolutamente contra esse modelo. O PT seguirá lutando por pautas que tornem o Brasil um país mais justo. E nossas políticas – que têm eliminado a pobreza e tirado milhões da fome, feito a renda do trabalho crescer a níveis históricos e mais elevados que a inflação – são a prova de que estamos no caminho certo. Não cederemos. O senhor tem uma posição clara sobre a necessidade de limites na atuação das plataformas no país. Quais seriam esses limites e como funcionariam? Temos projetos de lei tramitando no Congresso Nacional que, se tivessem sido mais debatidos e amadurecidos, poderiam dar boas respostas à questão. Mas a oposição tomou o partido das big techs e impediu o avanço da matéria. Penso que o Supremo está seguindo um bom caminho. Não é possível que corporações se coloquem acima do Estado de Direito, isentas à regulação, sob o falso manto da liberdade de expressão, para seguir ganhando dinheiro indiscriminadamente a partir de discursos de ódio, de fake news e, como temos visto, até de criminosos desafios que levam à morte de crianças e adolescentes. Essa tecnocracia é algo que não podemos admitir no Brasil. |
Entrevista: Presidente do PT avalia que Lula é a única opção do partido para 2026
Senador reforça centralidade de Lula, aposta em alianças amplas e critica resistência do Congresso a cortes em privilégios
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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado