O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta semana que o impacto primário das medidas em estudo para mitigar os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos deve ser pequeno. Segundo ele, as propostas apresentadas ao presidente Lula (PT) já estão orçadas e incluem o uso de instrumentos financeiros que não afetam o resultado primário.
“Há um orçamento financeiro que permite, em uma situação como essa, criar linhas de crédito que não impactam as contas primárias, mas podem ser um instrumento importante”, declarou o ministro, em entrevista à BandNews.
Estados pedem autorização para comprar excedente da produção
Haddad revelou ainda que o governo federal recebeu pedidos para viabilizar compras públicas dos produtos que deixarão de ser exportados. O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), solicitou uma medida provisória que autorize os estados a redirecionar parte dessa produção para programas de alimentação escolar e da população carcerária.
Apesar disso, o ministro ponderou que nem todos os produtos poderão ser absorvidos por políticas públicas. “Não temos condição de comprar determinadas mercadorias porque não têm função em políticas públicas. Então vamos ter que dar outro tipo de ajuda”, explicou, citando que algumas empresas precisarão de crédito para adaptar a produção a novos mercados.
Programa de incentivo à exportação pode ser expandido
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o governo analisa a ampliação do programa “Acredita Exportação” para médias e grandes empresas atingidas pelas novas tarifas. Atualmente, o programa devolve 3% do valor exportado apenas para pequenos exportadores.
Alckmin também confirmou que o plano de contingência para enfrentar os efeitos do tarifaço está em fase final de elaboração e deve incluir medidas de crédito e alterações nas regras de compras governamentais.