A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7,07 bilhões em julho de 2025, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta quarta-feira (6). O saldo positivo representa crescimento de 8,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. As exportações somaram US$ 32,31 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 25,23 bilhões.
No acumulado do ano, o comércio exterior brasileiro movimentou US$ 359,04 bilhões, com saldo comercial de US$ 36,98 bilhões — 24,7% a menos que no mesmo período de 2024 (US$ 49,1 bilhões).
O mês também foi marcado por queda de 6,3% no saldo comercial em relação a julho de 2024, atingindo o menor superávit para meses de julho desde 2022.
Principais destaques das exportações:
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Agricultura: US$ 5,02 bilhões
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Indústria extrativa: US$ 4,03 bilhões
Exportação e importação por região em julho:
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Exportações para a Ásia: US$ 13,87 bilhões; América do Norte: US$ 5,13 bilhões; América do Sul: US$ 4,17 bilhões
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Importações da Ásia: US$ 9,20 bilhões; América do Norte: US$ 5,20 bilhões; América do Sul: US$ 2,39 bilhões
Déficit com os Estados Unidos aumenta antes e após tarifaço
Julho trouxe também a ampliação do déficit comercial brasileiro com os Estados Unidos, que chegou a US$ 559 milhões no mês, acumulando US$ 2,23 bilhões negativos até julho — um aumento de 600% frente ao mesmo período em 2024. As exportações para os EUA somaram US$ 3,71 bilhões e as importações, US$ 4,26 bilhões. O Brasil não registra superávit nas trocas com os americanos desde dezembro do ano passado.
A escalada do déficit ocorre em um contexto de crescente tensão comercial. As tarifas de 50% impostas por Donald Trump a cerca de 36% das exportações brasileiras aos EUA entraram em vigor nesta quarta-feira, afetando setores importantes como café e carne. A proximidade da entrada em vigor das taxas levou empresas a anteciparem embarques em julho, mas o impacto negativo já começa a ser percebido no saldo mensal.
Reação brasileira
O governo brasileiro anunciou que prepara medidas de proteção para os setores mais afetados pelo tarifaço, como linhas de crédito e ações emergenciais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as medidas já foram encaminhadas e devem ser anunciadas em breve.
Além disso, o Brasil acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar a legalidade das tarifas impostas pelos EUA, mas reconhece que o trâmite é longo e incerto. As entidades setoriais seguem calculando prejuízos e demandando apoio oficial para enfrentar o cenário adverso.

