O setor de serviços no Brasil registrou em 2023 o maior número de pessoas empregadas desde o início da série histórica, com 15,2 milhões de trabalhadores — uma alta de 7,1% sobre os 14,2 milhões do ano anterior e um crescimento de 18,3% em relação a 2019, antes da pandemia da Covid-19. Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), divulgada nesta quarta-feira (27) pelo IBGE.
A pesquisa abrange 34 atividades como alojamento, alimentação, transportes, comunicação, turismo, escritórios, cultura e reparo de automóveis, excluindo o setor financeiro.
Principais atividades empregadoras
Cinco grupos concentram 47% dos postos de trabalho no setor:
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Serviços de alimentação (11,7%)
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Serviços técnico-profissionais (11,2%)
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Transporte rodoviário de cargas (8,2%)
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Serviços para edifícios e atividades paisagísticas (8,1%)
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Serviços de escritório e apoio administrativo (7,8%)
No total, em 2023, o setor contava com 1,7 milhão de empresas, que pagaram aproximadamente R$ 592,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. A remuneração média mensal por empregado foi equivalente a 2,3 salários mínimos.
Segmentos com salários acima da média
Dentre os sete grandes segmentos do setor de serviços, três tiveram remuneração acima da média nacional:
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Serviços de informação e comunicação (4,7 salários mínimos)
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Outras atividades de serviços (3,6 salários mínimos)
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Transporte, serviços auxiliares e correio (2,8 salários mínimos)
As unidades federativas que pagaram os salários médios mais altos foram São Paulo (2,8 salários mínimos), Rio de Janeiro (2,5 salários mínimos) e Distrito Federal (2,4 salários mínimos). Já os mais baixos estão no Acre, Roraima e Piauí, com 1,4 salário mínimo.
Receita e participação dos estados
Em 2023, as empresas de serviços faturaram R$ 3,4 trilhões em receita bruta, sendo que o estado de São Paulo respondeu por 45% desse total, seguido por Rio de Janeiro (10%), Minas Gerais (7,8%), Paraná (5,5%) e Rio Grande do Sul (4,7%).
O segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares passou a liderar a receita líquida, com 29,2% de participação, superando o segmento de transporte (28,1%).
Nos últimos dez anos, o segmento profissional-administrativo teve o maior crescimento em pessoal ocupado, ganhando 3,7 pontos percentuais, enquanto setores como transporte e serviços prestados principalmente às famílias recuaram em participação de mercado.