O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central trouxe uma nova redução nas estimativas de inflação para os próximos anos. A previsão do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu para 5,51% em 2025, marcando a quarta queda seguida. Para 2026, a projeção também foi revista para baixo, chegando ao teto da meta de 4,5% estipulada pelo BC.
A revisão vem na esteira da divulgação do IBGE, que revelou uma desaceleração da inflação para 0,43% em abril, após registrar 0,56% em março. Em 12 meses, no entanto, o IPCA acumula alta de 5,53%, ultrapassando o teto da meta inflacionária.
Previsões para o dólar também recuam
As expectativas para o câmbio também apresentaram retração. A moeda americana deve fechar 2025 em R$ 5,85 e 2026 em R$ 5,90. Trata-se da segunda queda consecutiva para este ano e da sexta revisão para baixo no caso de 2026.
Essas estimativas refletem as recentes negociações comerciais entre Estados Unidos e China, com destaque para a redução tarifária anunciada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. O acordo prevê queda das tarifas americanas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China promete baixar suas tarifas de 125% para 10%.
Juros seguem elevados e previsão de crescimento econômico permanece modesta
A taxa Selic foi mantida em 14,75% para 2025 e 12,5% para 2026, repetindo a mesma projeção pela 15ª semana consecutiva. A estimativa reflete a decisão recente do Copom (Comitê de Política Monetária), que elevou a Selic ao maior patamar em 20 anos. No comunicado, o colegiado do BC destacou a necessidade de cautela diante do cenário de incerteza econômica.
As previsões para o PIB (Produto Interno Bruto) também foram mantidas: 2% para 2025 e 1,7% para 2026. As projeções estão estáveis há três semanas, após uma leve alta anterior.
Termômetro das expectativas
O Boletim Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central, e reúne projeções de economistas, analistas e operadores do mercado financeiro. Ele serve como um termômetro das expectativas econômicas, e influencia decisões de empresas, investidores e do próprio governo.