A produção de veículos no Brasil somou 237.835 unidades em julho, o que representa uma queda de 3,6% em relação ao mesmo mês de 2024. No entanto, na comparação com junho deste ano, o setor registrou um aumento expressivo de 15,7% na fabricação, que inclui carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
Divulgado nesta quinta-feira (7), o balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também mostra que, no acumulado de janeiro a julho, a indústria montou 1,47 milhão de veículos, alta de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Por sua vez, as vendas no mercado interno, permaneceram praticamente estáveis em julho, com uma leve alta de 0,8%.
Exportações
As montadoras brasileiras exportaram 47,9 mil veículos em julho, um aumento de 22,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar do avanço anual, o volume recuou 5,8% na comparação com junho deste ano. No acumulado de 2025, as exportações já somam 312,1 mil unidades, o que representa uma expressiva alta de 52,7% frente aos primeiros sete meses do ano passado.
A Argentina segue como principal destino dos veículos brasileiros com um aumento de 156,5% nas compras entre janeiro e julho deste ano, influenciando positivamente os resultados. Além disso, o desempenho reflete o fortalecimento da presença internacional da indústria, especialmente em mercados da América Latina e de outras regiões.
A Anfavea estima que as exportações de veículos em 2025 atinjam 552 mil unidades, frente à projeção inicial de 428 mil, representando uma alta de 38,4% na comparação anual.
Por outro lado, a empresa reduziu a projeção de avanço das vendas no mercado interno, que caiu de 6,3% para 5% em relação a 2024, totalizando 2,76 milhões de veículos vendidos. Esse ajuste se deve à desaceleração no segmento de caminhões, que enfrenta dificuldades causadas pelo aumento das taxas de juros, afetando principalmente os modelos pesados destinados ao transporte de longa distância.
Carros sustentáveis
Os chamados “carros sustentáveis”, modelos que atendem aos critérios ambientais, técnicos e produtivos definidos pelo governo para obter isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), puxaram as vendas de veículos leves em julho, segundo a Anfavea. Apesar do programa ter começado apenas no dia 11, esse segmento cresceu 16,7% no mês, impulsionado pela redução dos preços devido à isenção do IPI.
“O programa impactou positivamente as vendas no varejo. Queremos que ele continue avançando e ofereça maior acesso às pessoas. O número de modelos ainda é limitado”, afirmou Calvet, destacando que a iniciativa vai vigorar até 2026.
No acumulado do ano, a produção de veículos alcançou 1,46 milhão de unidades, alta de 6,1% sobre os 1,384 milhão registrados no mesmo período de 2024. As vendas acumuladas somam 1,44 milhão em 2025, um crescimento de 4,1% em comparação ao ano passado, que contabilizou 1,38 milhão de unidades vendidas.
O levantamento da Anfavea mostra que as montadoras criaram 390 novos empregos em junho, elevando o total de trabalhadores do setor para 109,1 mil.