O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (4) os dados da Pesquisa Industrial Mensal, que indicam que a produção da indústria brasileira recuou 0,4% entre agosto e setembro. Esse resultado anula parte do crescimento de 0,7% registrado em agosto.
Por outro lado, na comparação com setembro de 2024, a produção industrial cresceu 2%. Além disso, no acumulado dos últimos 12 meses, o setor apresenta uma alta de 1,5%.
O desempenho de setembro coloca a indústria 2,3% acima do nível registrado antes da pandemia de covid-19, em fevereiro de 2020, mas permanece 14,8% abaixo do maior patamar já alcançado, registrado em maio de 2011.
Desempenho Industrial
O instituto apurou que, entre agosto e setembro, 12 das 25 atividades industriais pesquisadas registraram queda na produção. Entre os destaques negativos, estão:
- Produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com recuo de 9,7%;
- Indústrias extrativas, que caíram 1,6%;
- Veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 3,5%.
Por outro lado, algumas atividades apresentaram crescimento, sendo as maiores influências positivas:
- Produtos alimentícios, com alta de 1,9%;
- Produtos do fumo, que avançaram 19,5%;
- Produtos de madeira, com aumento de 5,5%.
Taxa de juros elevada
Entre abril e setembro, a indústria registrou quatro resultados negativos, sendo que o recuo de agosto foi o mais intenso desde maio, com queda de 0,5%. Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o desempenho mais fraco da indústria nos últimos meses pode ser explicado pelos elevados patamares da taxa de juros.
“O juro alto dificulta o crédito e tende para aumentar a inadimplência”, explica o gerente.
Ao esfriar a economia, a taxa de juros alta reduz a procura por bens e serviços, contribuindo para frear a inflação. No entanto, seu efeito colateral é dificultar a geração de empregos e o crescimento econômico.
Taxa básica de juros
A taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006, quando alcançou 15,25%. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define a taxa, defendendo seu nível elevado como forma de combater a inflação, que acumula 5,17% nos últimos doze meses. Além disso, desde setembro de 2024, a inflação supera o teto da meta do governo, que é de 4,5%.

