Os preços da indústria nacional recuaram 1,25% em junho na comparação com maio, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (7) pelo IBGE. Essa foi a quinta queda consecutiva do Índice de Preços ao Produtos (IPP), que entrou em trajetória de baixa após registrar 12 altas seguidas entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025.
Apesar do recuo no mês, o índice ainda acumulou alta de 3,24% nos últimos 12 meses. No entanto, o resultado acumulado no ano ficou negativo em 3,11%, o segundo pior desempenho registrado desde o ínicio da série histórica, em 2014.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação acompanha quanto as indústrias cobram pelos seus produtos diretamente na “porta das fábricas”, sem considerar impostos e fretes, e abrange as principais categorias econômicas do setor.
Setores em destaque
Em junho de 2025, o movimento de queda atingiu 13 das 24 atividades industriais, em relação a maio, o que reforça a trajetória de recuo já registrada no índice geral. No mês anterior, 17 atividades haviam apresentado redução nos preços médios em relação a abril.
Os alimentos lideraram a queda em junho, com recuo de -3,43%, seguidos por refino de petróleo e biocombustíveis (-2,53%) e produtos de metal (-1,85%). Por outro lado, a indústria farmacêutica avançou 2,23%.
Alimentos
O setor de alimentos se destacou como o principal responsável pelo resultado agregado da indústria na comparação entre junho e maio. Essa atividade respondeu por -0,88 ponto percentual (p.p.) da variação negativa de -1,25% no índice geral. Além disso, outras atividades que também exerceram influência significativa foram:
- refino de petróleo e biocombustíveis (-0,25 p.p.);
- metalurgia (-0,07 p.p.);
- e farmacêutica (0,06 p.p.).
Refino de petróleo e biocombustíveis
Entre maio e junho de 2025, o refino de petróleo e biocombustíveis registrou queda de 2,53% e exerceu a segunda maior influência negativa sobre o índice (-0,25 p.p.). Embora tenha sido o quarto recuo mensal consecutivo, a redução foi menos intensa do que a observada em maio (-2,77%). Como resultado, tanto o acumulado no ano (-5,43%) quanto o acumulado em 12 meses (-1,99%) permaneceram no campo negativo. Vale destacar que essa variação negativa em 12 meses não ocorria desde novembro de 2024 (-3,42%).
Metalurgia
A metalurgia, que recuou 1,07% no período, apresentou o sexto resultado negativo seguido e foi a terceira principal influência na queda geral da indústria (-0,07 p.p. em -1,25%). No acumulado do primeiro semestre de 2025, a atividade retraiu 9,52%, configurando a segunda maior variação negativa e a terceira principal influência no indicador semestral (-0,66 p.p. em -3,11%).
Bens de consumo
Sob a ótica das grandes categorias econômicas, os preços caíram 0,46% em bens de capital, 0,98% em bens intermediários e 1,78% em bens de consumo. Dentro deste último grupo, os bens de consumo duráveis recuaram 0,04%, enquanto os semiduráveis e não duráveis apresentaram queda mais expressiva, de 2,11%.
Consequentemente, os bens de consumo exerceram a maior influência no IPP de junho, com -0,68 p.p. De acordo com o gerente da pesquisa, os bens de consumo semiduráveis e não duráveis foram os que mais impactaram o resultado. Produtos como carnes, café, gasolina e álcool, que também influenciaram fortemente os setores de alimentos e de refino de petróleo, puxaram essa retração.
A próxima divulgação do IPP, referente a julho, será em 5 de setembro.