O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (5) que os preços da indústria nacional caíram 0,30% em julho, na comparação com junho (-1,27%). Essa é a sexta retração consecutiva, depois de 12 altas mensais seguidas entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025. Como resultado, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou alta de 1,36% em 12 meses, enquanto o acumulado do ano ficou em -3,42%. Em julho de 2024, a variação mensal havia sido de 1,53%.
Em julho de 2025, metade das 24 atividades industriais pesquisadas apresentou queda de preços, refletindo a retração do índice geral. Entre as atividades que mais influenciaram o resultado estão:
- Alimentos (-0,33 ponto percentual);
- Metalurgia (-0,11 p.p.);
- Indústrias extrativas (0,10 p.p.);
- Fabricação de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.).
Alimentos permanecem negativos
O setor de alimentos registrou queda de 1,33% em julho, marcando a sexta retração do ano, embora menos intensa que a de junho (-3,42%). Consequentemente, o acumulado no ano atingiu -7,17%, a maior retração para um mês de julho desde 2010. Além disso, em relação a julho de 2024, os preços subiram 3,50%, o menor crescimento desde maio de 2024 (-1,41%). O setor também liderou o ranking de influências na variação mensal (-0,33 p.p.), no acumulado do ano (-1,85 p.p.) e em 12 meses (0,85 p.p.).
Segundo Murilo Alvim, gerente do IPP, a retração reflete principalmente a queda nos preços do açúcar e do café, impulsionada pelo aumento da oferta internacional e pelo início da colheita de novas safras no país. Ele acrescenta que, por serem produtos exportáveis, as variações também são influenciadas pelo dólar.
“As quedas verificadas nos sucos de laranja e nos derivados da soja também contribuíram”, explica.
Indústrias extrativas apresentam crescimento
As indústrias extrativas aceleraram o crescimento em julho, com alta de 2,42% na comparação mensal, a maior entre todos os setores industriais pesquisados. No entanto, os indicadores acumulados no ano (-12,82%) e em 12 meses (-9,85%) permaneceram negativos. O setor também se destacou em termos de influência, figurando como a terceira maior no acumulado do ano (-0,62 p.p. em -3,42%) e a segunda maior nos últimos 12 meses (-0,48 p.p. em 1,36%).
Segundo Murilo, a alta foi impulsionada principalmente pelos preços do minério de ferro, que seguiram a cotação no mercado internacional.
“O setor extrativo contrariou a tendência da indústria, registrando alta de 2,42% no mês e exercendo a principal influência positiva no resultado geral do IPP, amenizando a queda do índice”, explica.