A economia brasileira registrou alta de 0,4% no segundo trimestre de 2025 em comparação com o trimestre anterior, de acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (2). O Produto Interno Bruto (PIB) atingiu o maior patamar desde o início da série histórica em 1996, somando R$ 3,2 trilhões.
Com relação ao mesmo período de 2024, o crescimento foi de 2,2%. No acumulado do semestre, a alta é de 2,5%, enquanto nos últimos quatro trimestres o avanço chega a 3,2%.
O avanço foi impulsionado pelos setores de Serviços (+0,6%) e Indústria (+0,5%), enquanto a Agropecuária teve leve variação negativa (-0,1%), mostrando estabilidade após resultados expressivos dos últimos períodos. A taxa de investimento e a taxa de poupança ficaram ambas em 16,8% do PIB, acima do registrado em 2024.
Agricultura puxa elevação
Na comparação com igual período de 2024, o PIB cresceu 2,2%, com destaque para a Agropecuária (+10,1%), esta sustentada por boas safras de milho (+19,9%), soja (+14,2%), arroz (+17,7%), algodão (+7,1%) e café (+0,8%).
A Indústria aumentou 1,1% (com destaque para extrativas, +8,7%) e serviços avançaram 2,0%, puxados por informação e comunicação (+6,4%) e atividades financeiras (+3,8%).
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Indústria extrativa teve forte expansão (5,4% no trimestre; 8,7% vs 2024) devido à extração de petróleo, gás e minério de ferro.
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Indústrias de transformação ficaram estáveis, com queda em alimentos e química compensada por altas em metalurgia e têxteis.
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O segmento de eletricidade, gás, água e gestão de resíduos recuou (-2,7% no trimestre, -4,0% no ano), impactado por menor consumo de energia e tarifas.
No setor de serviços, crescimentos principais ocorreram em atividades financeiras (+2,1% no trimestre), informação e comunicação (+1,2%), transporte (+1,0%), e imobiliárias (+0,3%). Comércio ficou estável e serviços públicos tiveram leve queda.
Investimento e comércio exterior
A taxa de investimento cresceu para 16,8% do PIB no período. Investimentos em máquinas, equipamentos, infraestrutura e software seguem como destaque. O consumo das famílias repetiu alta puxada por crédito, massa salarial e programas sociais, enquanto consumo do governo registrou leve recuo no trimestre (-0,6%), mas crescimento na comparação anual (+0,4%).
Exportações de bens e serviços subiram 2,0% no período anual e 0,7% sobre o trimestre anterior, com destaque para veículos, petróleo, metalurgia e máquinas. Importações também cresceram (+4,4%), influenciadas por químicos, máquinas e produtos farmacêuticos.
Previsões para 2025
Segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) ontem (1º), o mercado projeta crescimento de 2,19% para o PIB fechado de 2025, enquanto a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda estima expansão de 2,5%.
Em 2024, o PIB havia crescido 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de expansão, sendo a maior desde 2021, quando o avanço foi de 4,8%.
Produto Interno Bruto
O Produto Interno Bruto (PIB) é o valor total de bens e serviços finais produzidos em determinada localidade, medido em um período específico. O cálculo considera apenas o valor dos produtos finais (evitando dupla contagem) e inclui tributos indiretos.
O PIB é fundamental para traçar diagnósticos econômicos, mas não revela desigualdades de renda ou condições de vida da população. É possível ter PIB elevado sem corresponder a uma alta qualidade de vida.