Segundo a Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada hoje (7) pelo IBGE, o número de pessoas ocupadas no comércio formal brasileiro cresceu pelo terceiro ano consecutivo e atingiu 10,5 milhões em 2023. O avanço representa um aumento de 2,6% em relação a 2022, com a criação de 267 mil novos postos de trabalho.
Esse é o segundo maior contingente de trabalhadores registrados desde o início da série histórica, em 2007. Em comparação com o período pré-pandemia (2019), o total de ocupados cresceu 3,5%. No entanto, frente a 2014, ainda há uma queda acumulada de 0,8%, equivalente a 88 mil pessoas a menos.
Em 2023, o país contava com 1,5 milhão de empresas comerciais, que operavam em 1,7 milhão de unidades locais e foram responsáveis pela geração de R$ 352,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. A receita operacional líquida dessas empresas chegou a R$ 7,1 trilhões.
Empregos no comércio
De acordo com o IBGE, o setor varejista concentrou 7,7 milhões de trabalhadores em 2023, o que representa 72,7% dos empregos no comércio formal. A liderança ficou com hiper e supermercados, que empregaram a maior proporção dentro do varejo: 15,1% do total. Entre 2014 e 2023, esse segmento ampliou sua força de trabalho em 30,6%, com a criação de 372,3 mil novos postos.
Além disso, o comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos, registrou alta de 21,3% na ocupação em dez anos, o que equivale a mais 162,2 mil trabalhadores.
Por outro lado, o setor atacadista alcançou em 2023 o maior número de ocupados desde 2007, com 2 milhões de trabalhadores. Já o comércio de veículos, peças e motocicletas empregou quase 903 mil pessoas, mantendo-se como um importante segmento do comércio.
Segundo Marcelo Miranda, gerente de análise estrutural do IBGE, o tipo de operação dos hiper e supermercados ajuda a explicar a demanda por mão de obra.
“Eles exigem grande força de trabalho para atender às diferentes etapas do negócio, desde a logística e distribuição até o atendimento ao cliente”, afirma.
Remuneração de funcionários
Apesar de concentrar a maior parte dos empregos no comércio, o varejo registrou os menores salários médios em 2023. Segundo o IBGE, a média salarial geral do setor comercial foi de dois salários mínimos, repetindo o resultado de 2022 e mantendo o maior valor da série histórica iniciada em 2007.
O setor atacadista se destacou com a maior média salarial, alcançando 2,9 salários mínimos. Em seguida, vieram o comércio de veículos, peças e motocicletas, com 2,1 salários mínimos, e o varejo, com 1,7.
Na comparação com 2014, apenas o segmento de veículos, peças e motocicletas apresentou queda na média salarial, de 0,3 salário mínimo. Os demais setores mantiveram os valores estáveis ao longo do período.
Por outro lado, as menores remunerações foram registradas nas atividades de representantes e agentes do comércio no atacado, com média de 1,2 salário mínimo. No varejo, os salários mais baixos ficaram com os segmentos de alimentos, bebidas e fumo, com média de 1,3, e de tecidos, vestuário, calçados e armarinho, com 1,6 salários mínimos.