A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial (IPCA) de 2025 caiu de 5,24% para 5,20%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC). É a quinta semana consecutiva de corte na estimativa, que já soma dez reduções em 11 semanas, refletindo o alívio nos preços dos alimentos e a estabilização do petróleo e do dólar após o pico de tensão no Oriente Médio.
Alimentos e petróleo aliviam pressão inflacionária
Apesar do recuo, a expectativa para a inflação segue acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para os anos seguintes, as projeções foram mantidas: 4,50% em 2026, 4,00% em 2027 e 3,83% em 2028.
O cenário mais benigno para os preços foi reforçado pela prévia da inflação de junho (IPCA-15), que mostrou desaceleração puxada pela queda dos alimentos, e pela deflação do IGP-M em 2,53% no mês, indicando espaço para novas quedas à frente.
Dólar e PIB estáveis
No câmbio, o mercado ajustou para baixo a expectativa para o dólar: de R$ 5,72 para R$ 5,70 em 2025 e de R$ 5,80 para R$ 5,79 em 2026. Para 2027, a projeção ficou em R$ 5,75.
A previsão para o crescimento do PIB foi mantida em 2,21% para 2025 e elevada para 1,87% em 2026. Para 2027, a expectativa é de 2,00%.
Juros devem seguir altos até 2026
As taxas de juros previstas seguem estáveis, com a Selic encerrando 2025 em 15%, 2026 em 12,50%, 2027 em 10,50% e 2028 em 10% ao ano. O Banco Central sinalizou que deve manter os juros elevados até que haja maior confiança no controle da inflação, diante de fatores externos e do cenário fiscal doméstico.
Termômetro das expectativas
O Boletim Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central, e reúne projeções de economistas, analistas e operadores do mercado financeiro. Ele serve como um termômetro das expectativas econômicas, e influencia decisões de empresas, investidores e do próprio governo.