O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (10), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou deflação de 0,11% em agosto. Esse resultado representa uma queda de 0,37 ponto percentual (p.p.) em relação à taxa de 0,26% observada em julho.
Além disso, agosto marcou o primeiro mês com resultado negativo desde agosto de 2024, quando o índice caiu 0,02%. Também foi a deflação mais intensa desde setembro de 2022, mês em que o IPCA recuou 0,29%.
No acumulado do ano, o índice já subiu 3,15%. Já no recorte dos últimos 12 meses, o IPCA alcançou 5,13%, o que representa uma leve desaceleração em comparação aos 5,23% registrados nos 12 meses anteriores.
Habitação apresentou impacto negativo mais intenso
O grupo Habitação apresentou a variação negativa mais intensa em agosto, com queda de -0,90% e impacto de -0,14 ponto percentual (p.p.) no IPCA. Esse resultado foi puxado principalmente pela redução de 4,21% na energia elétrica residencial, subitem que exerceu o maior impacto individual no índice do mês (-0,17 p.p.).
Além disso, outros dois grupos importantes também registraram recuos:
- Alimentação e bebidas: Variação de -0,46%, com impacto de -0,10 p.p.;
- Transportes: Queda de -0,27%, com impacto de -0,06 p.p..
Esses três grupos, possuem os maiores pesos no IPCA e, juntos, contribuíram com -0,30 p.p. no resultado geral de agosto.
Segundo Fernando Gonçalves, gerente do IPCA:
“[…] sem a influência desses três grupos, o índice de agosto teria ficado em 0,43%”, em vez da deflação de -0,11%.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou uma queda de 0,21% em agosto, aprofundando a deflação observada no mesmo mês de 2024, quando a taxa havia sido de -0,14%.
Com esse resultado, o índice acumula uma alta de 3,08% no ano. Já nos últimos 12 meses, o INPC atingiu 5,05%, ligeiramente abaixo dos 5,13% verificados no período anterior.
Em relação aos grupos de produtos, o comportamento foi distinto:
- Os alimentos intensificaram a queda, ao passarem de -0,38% em julho para -0,54% em agosto;
- Os itens não alimentícios, por sua vez, cairam de 0,41% para -0,10% no mesmo período.
As variações regionais do INPC apresentaram contrastes significativos. Em Vitória, o índice subiu 0,31%, principalmente devido aos aumentos na energia elétrica residencial (7,11%) e na taxa de água e esgoto (4,64%). Por outro lado, o Rio de Janeiro registrou a maior queda regional, de -0,53%, porque a forte redução na energia elétrica residencial (-6,08%) e no café moído (-4,93%) pressionou o índice para baixo.
O IBGE divulgará o próximo resultado do IPCA, referente a setembro, no dia 9 de outubro.