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Inflação acumula 5,35% em 12 meses e estoura meta de 2025

IPCA de junho confirma descumprimento da meta e obriga Banco Central a explicar alta

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Os preços de bens e serviços no Brasil avançaram 0,24% em junho, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quinta-feira (10) pelo IBGE. O dado representa uma desaceleração em relação a maio, quando a alta foi de 0,26%. No acumulado de 12 meses até junho, porém, a inflação chegou a 5,35%, ultrapassando o teto da meta definida para 2025.

A meta de inflação para 2025, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, o índice seria considerado cumprido se ficasse entre 1,5% e 4,5%. O resultado atual confirma o descumprimento da meta, já que a inflação acumulada está acima do teto permitido.

É a primeira vez que a meta é descumprida sob o novo regime de metas contínuas, que considera o acumulado de 12 meses. Pela regra, se o índice ultrapassar o limite por seis meses consecutivos, o objetivo é considerado oficialmente descumprido.

O que é o IPCA

O IPCA é o principal indicador da inflação no país, calculado pelo IBGE desde 1979. Ele mede a variação mensal dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos em áreas urbanas, abrangendo cerca de 90% da população urbana. O índice serve de referência para o Banco Central definir a taxa básica de juros (Selic).

Carta do Banco Central à Fazenda

Com o descumprimento da meta, o Banco Central (BC) é obrigado a divulgar uma carta aberta ao ministro da Fazenda e presidente do CMN, Fernando Haddad. No documento, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, deverá explicar as razões para o estouro da meta, detalhando os fatores que pressionaram a inflação, e as medidas tomadas para tentar controlar os preços.

A carta deve ser publicada às 18h desta quinta-feira e faz parte do processo de prestação de contas previsto no regime de metas de inflação. O Banco Central é responsável pelo controle da inflação, principalmente por meio do ajuste da taxa de juros, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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