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Imposto Seletivo preocupa setor automotivo por falta de definição sobre carga tributária

Fabricantes alertam para possível aumento de custos e impactos sobre investimentos e vendas

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O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, declarou durante o ABX25 que o Imposto Seletivo, previsto para entrar em vigor em janeiro de 2027 como parte da reforma tributária, é grande fonte de preocupação para toda a cadeia automotiva, incluindo fabricantes, fornecedores e distribuidores.

A indefinição sobre a carga tributária a ser aplicada gera instabilidade e pode resultar em aumento dos impostos nos veículos, contrariando a proposta inicial do governo de estimular a indústria.

“Estamos a menos de um ano e meio do início da vigência das novas regras e ainda não
temos ideia da carga tributária que incidirá sobre os nossos produtos. Ao fim, podemos ter
aumento de carga de impostos para os automóveis, o que não era a proposta original do
governo”, afirmou Calvet.

Reflexos para o mercado

O Imposto Seletivo será cobrado de forma complementar a outros tributos já existentes sobre automóveis, considerando características como potência, eficiência energética, emissões de carbono e tecnologia, buscando desestimular o consumo de veículos menos sustentáveis e incentivar modelos mais limpos.

A Anfavea destaca que o tributo pode afastar consumidores de veículos novos, aumentando o uso de modelos antigos, que são menos seguros e mais poluentes — um movimento contrário à política pública do programa Mover, que incentiva produtos mais modernos e limpos.

Apesar do cenário adverso, o setor mantém estimativa de R$ 190 bilhões em investimentos e celebra recorde recente nas vendas de veículos com novas tecnologias, que já representam 11% do mercado interno.

Necessidade de regulamentação do Mover

Calvet ressaltou a urgência na publicação das regulamentações pendentes do programa Mover para dar previsibilidade ao setor e aprofundar os avanços na produção de veículos sustentáveis no país.

“Temos uma grande lista de normas a serem publicadas. O Mover ainda
não é o grande marco, porque ainda não foram concluídas todas as regulamentações.
Previsibilidade era e segue sendo a palavra-chave”, completou.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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