O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (5) a ata da reunião de julho, em que manteve a taxa Selic em 15% ao ano, o maior nível desde 2006. O principal motivo, segundo o colegiado, está relacionado ao ambiente internacional, que ficou mais incerto e adverso após a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre exportações brasileiras.
O documento afirma que o tarifaço já gera “impactos setoriais relevantes”, embora seus efeitos mais amplos ainda sejam incertos e dependam do desenrolar das negociações comerciais entre os dois países. O Copom avaliou que a conjuntura internacional, somada à política fiscal e comercial norte-americana, exige postura de maior prudência por parte da autoridade monetária.
Monitoramento redobrado
A diretoria do BC ressalta que acompanha de perto os possíveis impactos das tarifas sobre a economia e os ativos financeiros nacionais. O comitê também reforça a necessidade de manter a política monetária em patamar “significativamente contracionista por período bastante prolongado”, ou seja, juros altos por mais alguns meses — ou até o final do ano, segundo analistas de mercado.
O próprio Copom sinalizou que não hesitará em retomar o ciclo de alta dos juros caso haja mudanças relevantes no cenário, indicando cautela diante dos efeitos do tarifaço e de riscos inflacionários persistentes.