Um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que seis em cada dez indústrias brasileiras adotam práticas de economia circular. Os principais benefícios avaliados pelas empresas com a adoção do modelo são a redução de custos, o fortalecimento da imagem corporativa e o estímulo à inovação.
As práticas circulares mais comuns entre as empresas incluem:
- Reciclagem de produtos
- Uso de matéria-prima secundária nos processos produtivos
- Desenvolvimento de produtos duráveis
O modelo de economia circular está presente em diversos setores. De acordo com o estudo, a indústria de calçados é o principal segmento a adotar medidas circulares, 86% das empresas afirmam que praticam a circularidade.
Outros setores também também aparecem com altas proporções. Biocombustíveis (82%), equipamentos eletrônicos e veículos (ambos com 81%), coque e derivados de petróleo (80%) e celulose e papel (79%).
Barreiras econômicas e tecnológicas
Apesar da alta adesão à economia circular, o modelo enfrenta desafios para o avanço. Do ponto de vista econômico, a taxa de juros de financiamento foi o fator mais citado pelas indústrias para adoção das práticas, apontado por 22% das empresas como principal obstáculo.
No campo tecnológico, 30% das empresas destacam a viabilidade econômica das tecnologias como principal desafio. A simplificação das normas também é um fator a ser considerado.
Questionadas sobre medidas prioritárias que o governo poderia adotar para a regulamentação, 53% das empresas destacam a necessidade de descomplicar as diretrizes.
Contexto mundial
A economia circular propõe uma abordagem sistêmica para reduzir o consumo e desperdício de produtos.
O modelo econômico é baseado no retorno saudável dos materiais para o ciclo econômico ou para a natureza.
No contexto industrial, isso se traduz em práticas voltadas à retenção de valor dos materiais, reaproveitamento de insumos e redesenho dos processos produtivos.
Segundo o estudo do Global Resources Outlook 2024, a extração de recursos naturais triplicou desde 1970, saltando de 30 para 106 bilhões de toneladas.
A projeção é que esse aumente em 60% até 2060, caso práticas sustentáveis não sejam implementadas ao redor do mundo.