O mercado de trabalho brasileiro atingiu novos recordes no trimestre encerrado em maio, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta sexta-feira (27) pelo IBGE. A taxa de desemprego caiu para 6,2%, o menor patamar para o mês em 14 anos e próximo ao nível mais baixo já registrado no país. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39,8 milhões, também recorde histórico.
A massa salarial real atingiu R$ 354,6 bilhões, o maior valor já apurado, impulsionada pelo crescimento do número de pessoas ocupadas — agora 103,9 milhões — e pelo rendimento médio real estável em R$ 3.457. A queda do desemprego foi acompanhada por uma redução expressiva no número de desalentados (quem desistiu de procurar emprego), que caiu mais de 10% em relação ao trimestre anterior.
Segundo especialistas, o cenário de emprego formal aquecido e aumento da renda tende a estimular o consumo e pressionar a inflação, o que pode adiar o início do ciclo de corte de juros pelo Banco Central (BC). Por outro lado, analistas alertam que o avanço do emprego tem ocorrido principalmente em setores informais e de baixa complexidade, o que limita ganhos de produtividade e compromete o crescimento sustentável do país.
Destaques dos dados do mercado de trabalho
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Taxa de desemprego: 6,2% (queda de 0,6 p.p. em relação ao trimestre anterior e de 1 p.p. em 12 meses)
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Número de desempregados: 6,8 milhões (menor para o mês desde 2012)
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Trabalhadores com carteira assinada: 39,8 milhões (recorde)
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População ocupada: 103,9 milhões (alta de 1,2% no trimestre)
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Rendimento médio real: R$ 3.457 (estável no trimestre, alta de 3,1% em 12 meses)
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Massa salarial real: R$ 354,6 bilhões (recorde, alta de 1,8% no trimestre e 5,8% em 12 meses)
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Número de contribuintes da previdência: 68,3 milhões (maior da série histórica)
O IBGE destaca que o mercado de trabalho está no melhor patamar dos últimos dez anos, impulsionado pelo aumento do contingente de ocupados e pela queda nas taxas de subutilização da força de trabalho. A expectativa de economistas é que o consumo siga forte, mas o baixo avanço da produtividade pode limitar o crescimento econômico de longo prazo.