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Confiança do consumidor cresce em abril com expectativa de melhora na economia, aponta FGV

Melhora na percepção sobre economia futura impulsiona otimismo, mas famílias de baixa renda seguem mais pessimistas

Data:

A confiança do consumidor brasileiro apresentou leve melhora em abril, com alta de 0,5 ponto em relação a março, atingindo 84,8 pontos na série com ajuste sazonal. O dado foi divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que também destacou que este é o segundo avanço consecutivo do Índice de Confiança do Consumidor (ICC).

Segundo a economista Anna Carolina Gouveia, em nota do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), o aumento ainda representa uma recuperação modesta, equivalente a 11% das perdas acumuladas entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. “O resultado de abril é impulsionado pela melhora das expectativas futuras, principalmente sobre a situação econômica local”, explicou.

Expectativas puxam o indicador

O Índice de Expectativas (IE) subiu 0,7 ponto, chegando a 88,1 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) teve leve avanço de 0,1 ponto, atingindo 81,1 pontos. Entre os destaques positivos, a perspectiva para a economia local nos próximos meses cresceu 2,7 pontos, para 102,0 pontos — o único item a ultrapassar a linha de otimismo (100 pontos).

Por outro lado, a intenção de compra de bens duráveis caiu 1,8 ponto, para 77,9 pontos, indicando cautela por parte dos consumidores em relação a gastos maiores.

Confiança melhora apenas em faixas intermediárias de renda

A pesquisa também mostrou que a confiança melhorou apenas entre famílias com renda entre R$ 2.100 e R$ 9.600. O maior crescimento foi observado no grupo de R$ 4.800 a R$ 9.600, com alta de 6 pontos, de 82,0 para 88,0 pontos.

Em contrapartida, o grupo com renda de até R$ 2.100 teve queda de 3,7 pontos, de 79,0 para 75,3 pontos, marcando o quinto recuo consecutivo. Famílias com renda superior a R$ 9.600 também registraram leve retração na confiança, de 89,9 para 88,9 pontos.

Contexto global e incertezas influenciam

O leve otimismo captado pela sondagem ocorre em um cenário internacional incerto, marcado por tensões comerciais como a recente declaração de guerra comercial de Donald Trump, que impacta as projeções de crescimento global — inclusive do Brasil.

A coleta de dados foi realizada entre os dias 1º e 21 de abril, com base em entrevistas com consumidores de todas as regiões do país.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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